Fifa anula jogo entre África do Sul e Senegal
A Associação Sul-Africana de Futebol (Safa, na sigla em inglês) declarou nesta quarta-feira que a decisão da Fifa de ordenar a repetição da partida contra Senegal, válida pelas Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo de 2018, por causa da suspeita de manipulação por um árbitro já condenado por essa acusação, não tem precedentes e é injusta.
A Safa está considerando apelar contra a decisão da Fifa de anular a vitória da sua seleção por 2 a 1 sobre Senegal em novembro do ano passado e realizar uma nova partida em novembro porque o árbitro Joseph Lamptey, de Gana, foi considerado culpado de manipular a partida. O assessor jurídico da Safa, Norman Arendse, afirmou que a decisão da Fifa é injusta por várias razões e constitui uma “injustiça”.
“Se você rever o jogo, verá que nós superamos Senegal no dia”, disse Arendse. “Na avaliação de qualquer pessoa, mereceríamos ganhar o jogo”, acrescentou o dirigente, apontando que a responsabilidade pela situação é toda da Fifa. “Esta é a parte que nos machuca”, disse Arendse. “O árbitro é escolhido pelo comitê de árbitros da Fifa. Então, por que eles não assumem a responsabilidade? Por quê eles o nomearam?”, questionou.
Lamptey foi banido por toda a vida do futebol. Embora não haja reclamações sobre a punição ao árbitro, a decisão afeta diretamente a África do Sul, podendo acabar com suas esperanças de chegar à Copa do Mundo no próximo ano, apesar de a Fifa ter confirmado que nenhuma equipe tinha conhecimento da manipulação.
A decisão da Fifa para esse tipo de caso nunca havia sido adotada antes. Lamptey conduziu uma polêmica arbitragem no jogo disputado em 12 de novembro do ano passado ao marcar um pênalti em favor da África do Sul, que venceu o jogo por 2 a 1. Ele anotou toque de mão da defesa senegalesa, quando as câmeras de TV mostraram claramente que a bola passou longe e atingiu a perna do jogador. Foi a única vitória da seleção sul-africana na atual fase das Eliminatórias.
A avaliação da Fifa é de que Lamptey estava agindo sob ordens de um grupo de apostadores. De acordo com a entidade, a descoberta do caso se deu através de “relatórios de atividades de apostas irregulares de várias empresas internacionais de monitoramento de apostas”.