Tecnologia a serviço do café nas Matas de Minas

Os cafeicultores da região das Matas de Minas terão à disposição, em breve, um sistema digital de previsão de safra. O projeto, conduzido pela Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, tem o Sistema Faemg Senar como parceiro, e está desenvolvendo uma ferramenta para ajudar os cafeicultores a ter, ao alcance das mãos, a estimativa da sua safra. É a tecnologia a serviço dos produtores rurais!

Para funcionar, o sistema precisa de um grande banco de dados que estão sendo compilados em diversas etapas. Uma das etapas do estudo foi a instalação de 16 estações meteorológicas que farão registros dos dados climáticos como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, radiação solar, entre outros, na região das Matas de Minas.

Tadeu Otoni, do município de Santa Margarida, cafeicultor e técnico de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar, é um dos produtores rurais que receberam o equipamento em suas propriedades. Ele explicou que participar do projeto é “uma maneira de contribuir para o desenvolvimento da nossa cafeicultura com informações que serão úteis para muitas pessoas. O projeto vai suprir uma carência dos produtores rurais”.

O técnico de campo destacou ainda que os dados serão essenciais para a orientação dos cafeicultores assistidos pelo programa ATeG. “ O acesso a informações confiáveis é muito importante para a tomada de decisão dos produtores. Saber, por exemplo, a quantidade e período de chuva, e se a umidade do solo está adequada para adubação são grandes ganhos”.

Mais sobre o projeto

O banco de dados do sistema terá informações de campo, climáticas, imagens de drones e de satélite das lavouras monitoradas, além de dados anteriores à pesquisa. O pesquisador da Epamig, Fábio Tancredi explicou que todas essas informações serão usadas para alimentar a inteligência artificial aplicada ao modelo que está sendo desenvolvido para fazer a previsão de safra.

“É um projeto complexo, muito trabalhoso, que envolve diversas variáveis. No campo serão realizadas análise vegetativa, morfoagronômica, nutricional e climática. Essas informações serão associadas às análises que envolvem a informática como programação, processamento e interpretação de imagens”.

Quanto mais robustos e completos forem os dados, maiores as chances de sucesso e exatidão do modelo de estimativa antecipada da safra. O programa ATeG Café+Forte é uma das fontes usadas nessa construção.

“Nós já repassamos uma base de dados à Epamig e eles estão fazendo as medições e análises”, esclareceu o gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis.

Fábio Tancredi, afirmou que “ter parceiros como o Sistema Faemg Senar, a Emater e os produtores rurais é fundamental para treinar a máquina a fazer uma interpretação com assertividade. O treinamento da máquina dependerá do banco de dados que está sendo criado com informações do passado, presente e com as informações do futuro das propriedades”.

A previsão é de que os cafeicultores das Matas de Minas conheçam o modelo criado ao final desse projeto, em 2026. “Nossa expectativa é descobrir qual a probabilidade de acerto do modelo desenvolvido. Tudo dependerá do volume de informações do banco de dados, pois estamos falando de um big data”, disse Fábio. O pesquisador ainda salientou que os estudos devem seguir por mais alguns anos para ampliação da tecnologia e aprimoramento da ferramenta.

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