Sucessão familiar premiada no Coffee of the Year
O melhor café do Brasil pelo concurso Coffee of the Year (COY), neste ano, é fruto de uma sucessão familiar bem-sucedida na cidade de Alto Jequitibá, na Serra do Caparaó. O jovem casal Larissa Sodré, de 22 anos, e Lucas Reis, de 27, apostaram na produção de cafés especiais e foram os vencedores do concurso realizado no início de novembro, em Belo Horizonte, durante a Semana Internacional do Café (SIC).
O título premia a dedicação, o comprometimento, o trabalho, o apoio e o conhecimento compartilhado. O caminho para essa vitória teve início com os pais dos jovens, que participaram do Programa de Assistência Técnica e Gerencial-ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar de 2016 a 2020.
Atualmente eles fazem parte do grupo pós-ciclo do Programa realizado pelo Sistema Faemg Senar em parceria com a Cresol. Nessa modalidade, eles continuam recebendo a visita do técnico a cada três meses e seguem no caminho da evolução técnica e gerencial.
Família Sodré
A família de Larissa é exemplo da força feminina na cafeicultura. A mãe da campeã, Josimar Augusto Sodré (a Lalá), começou a se interessar por cafés especiais em 2015, visitou produtores para conhecer os métodos que usavam na colheita e pós-colheita e decidiu iniciar a produção de cafés especiais.
No ano seguinte, a mãe e as filhas, Luana e Larissa, ganharam o concurso municipal e um reforço de peso nessa missão, o Programa ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar, com o atendimento da técnica de campo Jéssica do Carmo.
“O ATeG nos trouxe muito aprendizado e um grande incentivo para continuar a produção de café especial. Sou muito grata ao Sistema Faemg Senar por todo o conhecimento e ajuda. Antes do ATeG e dos cursos, a gente não tinha muita noção da técnica e da gestão e hoje em dia é tudo anotado”, contou Lalá.
Família Reis
Na propriedade da família Reis, o ATeG também chegou em 2016 com o acompanhamento do técnico de campo e, atualmente, supervisor do Programa Sebastião Brinate.
Durante as visitas, o jovem Lucas sempre estava com os pais, Amado José dos Reis e Maria Aparecida Silva dos Reis, para aprender. As técnicas renderam prêmios em concursos locais e regionais já em 2016, e muitos outros nos anos seguintes.
“Tivemos uma melhoria muito grande da lavoura, que estava meio largada, e na administração e organização da propriedade. O ATeG Café+Forte é muito importante! É um divisor de águas para o produtor. Além da melhoria na lucratividade, com o ATeG e o café especial a gente aprende a preservar mais a natureza e une a família”, destacou Maria Aparecida.
Herdeiros do conhecimento
Com toda a família engajada na produção de cafés com qualidade superior, o caminho natural do casal Larissa e Lucas foi seguir investindo nos cafés especiais. Em 2017, eles iniciaram a produção do próprio café. As lavouras ficam na propriedade dos pais de Lucas, e eles trabalham, com autonomia, aproveitando o conhecimento herdado das famílias e construído em parceria com o ATeG.
“Trabalhamos com todo o cuidado e atenção que o café especial demanda. Fazemos a colheita seletiva apenas de frutos maduros e em casa eu trabalho no terreiro suspenso. Estamos sempre nos aprimorando e melhorando cada ponto do processo com muita dedicação e força de vontade. O ATeG veio para somar pelo aprendizado dado às nossas famílias, que também nos embalou. A cada visita a gente pega carona no conhecimento e isso nos agrega valores e novas ideias”, disse Larissa.
O café campeão
O melhor café do Brasil em 2022 é natural, da variedade catucaí 785/15 vermelho. A bebida tem notas sensoriais predominantes de mel e chocolate ao leite e corpo licoroso. O produto premiado no concurso COY leva o nome da filha do casal de Alto Jequitibá, Sophia, de 4 anos.
Larissa contou que fizeram a homenagem em 2020 e a filha, que já representa a nova geração das famílias no café, aprova. “Ela nasceu no meio do café especial e é apaixonada pela cafeicultura e pelo produto que leva o seu nome. Ela fica encantada e conta para todo mundo que ela é a Sophia do café”.
A felicidade de conquistar um título tão relevante comoveu toda a família!
“É muito gratificante saber que eu comecei nos cafés especiais, a Larissa continuou e deu certo, ela está colhendo os frutos. Ver a felicidade no rosto dela quando subiu para receber o prêmio foi muito bom. Depois chorei de alegria vendo vídeos e fotos”, contou Lalá.
“É uma alegria que não cabe no peito! Foi uma surpresa e todos que torcem por nós ficaram emocionados. Nós fomos abençoados esse ano. Esse prêmio é algo muito grande, porque agrega valor e reconhecimento para a nossa comunidade de Vargem Grande e para a cidade. É muito importante vê-los interessados em seguir o mesmo caminho que nós começamos e melhorando”, pontuou Maria Aparecida.
A mãe de Lucas ainda afirma que a vitória também deve ser compartilhada com o técnico de campo, Sebastião Brinate, que segundo ela, também faz parte da família. “Sebastião é muito bom agrônomo e uma excelente pessoa, muito atencioso e interessado em ajudar. Está sempre com a gente e nós estamos progredindo”, avaliou Maria Aparecida.
“Quando chegamos com o ATeG, o Lucas era um menino e, nesse tempo, ele cresceu, aprendeu a trabalhar, casou e fez o melhor café do Brasil. Essa história de sucesso da sucessão familiar é muito emocionante e gratificante”, declarou Brinate.
Sucesso exemplar
“Esse é um caso de sucesso absoluto com vários objetivos alcançados como evolução, sucessão, empreendedorismo e qualidade. Com isso, os jovens conseguiram agregar valor ao café e se destacar em concursos nacionais. É uma gama de resultados positivos para os produtores e toda a equipe do Sistema Faemg Senar, que trabalha para levar conhecimento ao produtor rural. Isso mostra que o produtor está aprendendo, praticando e tendo resultados e para nós é uma satisfação imensa”, concluiu o gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa, Marcos Reis.
Onde comprar
As vendas do Café Sophia são feitas pela internet. A família entrega em todo o Brasil.