Submarino e Shoptime vão deixar de existir e se juntam ao site da Americanas

A Americanas anunciou que os sites e aplicativos das lojas online Shoptime e Submarino terão as atividades encerradas e serão incorporados à própria Americanas nas próximas semanas. As marcas faziam parte do grupo Americanas desde o começo do século.

Em nota, a Americanas informou que a decisão tem como objetivo fortalecer o lado digital da companhia. “A decisão contemplou o alinhamento com a nova estratégia de negócios, que foca em uma operação mais ágil, rentável e eficiente para oferecer uma experiência de compra ainda mais completa. A companhia ressalta que a integração acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores.”

Ao entrar nos sites, os clientes se deparam com avisos informando a mudança. Também foram enviados e-mails confirmando o encerramento das atividades das marcas.

Investigação e recuperação judicial

O rombo nas contas da Americanas foi revelado no início de 2023, quando a empresa informou ao mercado inconsistências contábeis bilionárias, levando a varejista a entrar em um processo de recuperação judicial.

Estudos produzidos pela própria companhia apontaram que as inconsistências eram, na verdade, fraudes contábeis cometidas por ex-funcionários da rede varejista.

A investigação da PF mostrou que as práticas irregulares tinham como finalidade alcançar metas financeiras internas e fomentar bonificações. Por outro lado, a ação dos investigados manipulava e aumentava de forma ilícita o valor de mercado das ações da companhia.

Devido às dívidas, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial. O total dos créditos listados nos documentos protocolados com o pedido de recuperação judicial soma aproximadamente R$ 43 bilhões.

Na última semana, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão contra ex-diretores da empresa. Eles são acusados de participação em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).

Além dos mandados de busca e apreensão e de prisão, a Operação Disclosure também cumpriu o sequestro de bens e valores dos ex-diretores investigados, que somam mais de R$ 500 milhões.

Os dois diretores alvos não estavam no Brasil. Anna Saicali desembarcou nesta segunda-feira (1º) em São Paulo e se apresentou à Polícia Federal, na delegacia especial do Aeroporto Internacional de Guarulhos, no âmbito das investigações sobre fraudes na companhia.

A executiva estava em Portugal desde o último dia 15 de junho e teve o mandado de prisão contra ela revogado pelo juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A condição era de que ela se apresentasse no aeroporto de Lisboa e entregasse o passaporte à Polícia Federal assim que chegasse ao Brasil.

Ela foi diretora-presidente da B2W, braço digital da varejista, que surgiu a partir da fusão entre a Americanas.com e a Submarino, de 2013 a 2018, além de ter ocupado cadeira no conselho de administração dessa mesma empresa, de 2018 a 2021.

No sábado (29), o ex-CEO das Lojas Americanas Miguel Gutierrez foi liberado pelas autoridades espanholas, após ter sido preso pela polícia espanhola em Madri um dia antes. Ele entregou o passaporte e terá que se apresentar a cada 15 dias.

Pela investigação, o ex-CEO vendeu R$ 158 milhões em ações da empresa após saber que seria substituído do comando e que as irregularidades seriam descobertas. No total, 11 ex-executivos da empresa venderam mais de R$ 250 milhões após o aviso de troca de comando na empresa

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