Sistema Faemg Senar lança Campanha “Movido pelo Agro”
O Sistema Faemg Senar e a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG) concederam uma entrevista coletiva esta semana para anunciar o lançamento da campanha “Movido pelo Agro”. A iniciativa, que marca os 20 anos do carro flex no Brasil, visa conscientizar sobre as vantagens ambientais do etanol, um combustível limpo e renovável proveniente da cana-de-açúcar, valorizar o setor sucroenergético e os produtores rurais, além de fortalecer toda a cadeia produtiva.
Segundo o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, a ideia da campanha surgiu a partir do seu próprio questionamento sobre com qual combustível os carros da Federação eram abastecidos. “Não fazia sentido termos um combustível produzido pelo agro e não abastecermos nossos carros com ele. Para convencermos a população de que o produto é bom, precisamos ser os primeiros a dar o exemplo. Então, iniciamos um processo de mudança dentro da nossa própria casa”, explicou.
Desde 2022, toda a frota passou a ser abastecida com esse combustível, o que evitou a emissão de 51,4 toneladas de Gases do Efeito Estufa no período. Para compensar esse mesmo volume de emissões, seria necessário plantar 379 árvores. E a previsão é que todos os carros do Sistema rodem mais de um milhão de quilômetros até o final desse ano. “Dá para imaginar a redução dos níveis de poluição do ar nos grandes centros urbanos se todos os carros começarem a abastecer com etanol? Sem falar que este é um recurso só nosso – brasileiro e infinito, uma vez que a cana pode ser replantada todo ano. Já o petróleo, além de ser um combustível fóssil altamente poluente, é um recurso finito”.
De acordo com Antônio de Salvo, um carro movido à gasolina emite 145 gramas de dióxido de carbono equivalente por quilômetro rodado; um automóvel elétrico à bateria, utilizado atualmente na Europa, emite 92 gramas; e um carro movido 100% a etanol emite 58 gramas de CO2eq, quando considerado o ciclo de vida do etanol. Parte das emissões de CO2 do etanol é compensada pela cana-de-açúcar, que absorve da atmosfera, por meio da fotossíntese, o dióxido de carbono liberado pelo escapamento do automóvel.
20 anos do carro flex
Os 20 anos do carro flex-fuel chegam quando as atenções do mundo se voltam para as fontes alternativas de energia de baixa emissão de carbono, momento em que o etanol precisa ter um grande destaque, além da forte tendência global de eletrificação no setor automobilístico. “O conjunto de agentes de mercado que compõem o ambiente do etanol no Brasil está atento a essa tendência e, em um movimento de antecipação, quer fazer da ameaça de mercado uma oportunidade para consolidar o papel socioambiental do biocombustível”, ressaltou o presidente da SIAMIG, Mário Campos.
Segundo ele, atualmente, 84% da frota de veículos que circula no Brasil é flex, ajudando na geração de 170 mil empregos diretos e indiretos. Ainda assim, apenas 40% dos motoristas abastecem com álcool e o país ainda importa gasolina.
Setor sucroenergético
Considerado um dos pilares do agronegócio brasileiro, a produção nacional de cana-de-açúcar transformou o Brasil em campeão mundial no mercado sucroenergético. Nas últimas décadas, a cultura passou por uma revolução tecnológica, com ampliação de práticas sustentáveis, levando em consideração a baixa pegada de carbono e as melhores práticas em toda a cadeia de valor.
A cana é a principal fonte de energia renovável no país, correspondendo a 18% da matriz nacional ou 39% de toda a energia renovável ofertada. Isso posiciona o Brasil acima da média mundial (13,9%) e dos países desenvolvidos da OCDE (10,8%), o que reforça o papel brasileiro na vanguarda do uso de energias limpas e renováveis. É também um dos setores que mais emprega no Brasil e, por isso, está intimamente ligado à sociedade.
“Em nossos parques de bioenergia, fabricamos produtos essenciais, que transformam vidas e geram empregos. O mundo está em franca transformação e a transição energética para baixo carbono está na agenda mundial. O Brasil e Minas Gerais são ricos e têm opções. Precisamos valorizar isso. Minas tem como meta, até 2050, ter a neutralidade climática, um desafio enorme. Nosso setor contribui para isso. Somos sustentáveis, produzimos cana, biocombustíveis e energia limpa”, detalhou Mário Campos.
Contribuições
As contribuições do “Movido pelo Agro” estão alinhadas com compromissos ambientais do Sistema Faemg Senar, da SIAMIG e do setor agropecuário, em níveis estadual e federal. A exemplo, há o Plano de Ação Climática de Minas Gerais e o Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, conhecido como Plano ABC+. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a meta é promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária brasileira, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos e com uma gestão integrada da paisagem rural.
“O Brasil desponta muito à frente dos demais países no que se refere à agropecuária sustentável, considerando-se múltiplas safras com uso de tecnologias e práticas regenerativas do solo e fixadoras de carbono. É preciso que as pessoas saibam que o agronegócio brasileiro é amigo do meio ambiente. Usamos os recursos naturais com responsabilidade, oferecendo, como fruto das nossas atividades, a segurança alimentar mundial. Assim como nossos veículos são movidos pelo agro, nós também somos abastecidos pelos alimentos que saem das mãos dos produtores rurais. Por isso, precisamos de ações que valorizem esses homens e mulheres do campo e gerem ganhos ao meio ambiente”, defende Antônio de Salvo.
Assessoria de comunicação do Sistema Faemg Senar em Viçosa