Rodovias mineiras têm o maior número de pontos críticos do país; menos de 4% são privatizadas

As rodovias de Minas Gerais têm o maior número de problemas do país. É o que revela o levantamento “Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023″, publicado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), nesta segunda-feira (15). Ao todo, são 403 pontos críticos no estado. As más condições das vias são causadas principalmente por “erosão na pista” (181), “buraco grande” (103) e “queda de barreira” (97).

Segundo a pesquisa, o Brasil acumula 2.648 pontos críticos na malha avaliada pelo CNT, número 1,5% maior do que o registrado em 2022 (2.610). A maior parte deles se enquadra na categoria “buraco grande” (1.803), equivalente a 62,8% do total. Os demais tipos – “erosão na pista”, “queda de barreira”, “ponte estreita”, “outros” e “ponte caída” – somam juntos 31,8%. O relatório destaca que quando não reparados imediatamente, os problemas podem causar acidentes graves.

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Dos 2.648 registros, 67 passavam por intervenções de recuperação no momento do levantamento em campo. Segundo o levantamento, 81,6% (2.161) não tem nenhuma sinalização, o que facilita a ocorrência de acidentes. Apenas 86 pontos (3,2%) têm uma sinalização considerada adequada. Os outros 401 locais apontados (15,1%) têm uma sinalização considerada deficiente.

As piores rodovias

A via com as piores condições registradas no país é a BR-364, que liga São Paulo ao Acre, passando pelos estados do Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Conhecida por “BR da Morte”, devido ao alto número de acidentes graves e fatalidades, a rodovia têm 322 pontos críticos ao longo de 4.325 km de extensão. Em segundo lugar, aparece a BR-174, que liga o Mato Grosso a Rondônia, com 131 ocorrências; e a BR-116, que conecta o Ceará ao Rio Grande do Sul, com 108 pontos críticos.

Em Minas Gerais, a rodovia com o maior número de registros é a BR-367, que liga a Bahia ao estado. São 39 pontos críticos ao longo de 762 km de extensão. Em segundo lugar aparece a MG-120, que liga a cidade de Porteirinha à BR-251. São 38 irregularidades em apenas 67,2 km. As rodovias são seguidas pela BR-116, que aparecem em terceiro lugar com 35 pontos.

Maioria dos pontos críticos estão em rodovias públicas

A maior parte dos pontos críticos registrados em Minas Gerais estão em rodovias públicas (96,3%). Apenas 3,7% estão localizados em vias administradas pela iniciativa privada. A tendência segue a mesma lógica pelo Brasil. Em todo o país 97,8% das irregularidades estão em rodovias públicas, contra 2,2% em trechos privatizados.

Investimento de R$ 4,88 bilhões

De acordo com a estimativa calculada pelo CNT, são necessários ao menos R$ 4,88 bilhões para sanar todos os problemas registrados no país. Desse total, 38,5% devem ser destinados à correção de “quedas de barreira” e 21,7%, à adequação ou reconstrução de “pontes estreitas”.

O levantamento chama atenção, ainda, para o fato de que o dinheiro previsto para o reparo em rodovias, no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2024, é 4,5% inferior ao autorizado na LOA de 2023. Segundo o órgão, o cenário é preocupante, visto que o número de pontos críticos registrados no fim de 2023 é ainda maior que o do ano anterior.

“De modo mais abrangente que apenas a correção emergencial dos pontos críticos, o orçamento federal deveria comportar ainda, idealmente, a reconstrução, restauração e manutenção dos trechos da malha rodoviária federal”, diz trecho do estudo.

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