Perguntas e respostas sobre o ataque com caminhão em Berlim

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Imediações da praça Breitscheid, em Berlim, onde aconteceu o ataque na noite desta segunda-feira (12) (Foto: Fabrizio Bensch/Reuters)

12 pessoas mortas e 48 feridas após serem atropeladas nesta segunda-feira (19).

A chanceler alemã, Angela Merkel, classificou o episódio como atentado terrorista. O suspeito é um paquistanês de 23 anos que havia entrado no país em fevereiro – trabalha-se com a hipótese de que seja um solicitante de asilo. Ele foi detido e nega envolvimento no incidente.

O ataque não foi reivindicado por organizações terroristas.

Perguntas:

– Quando e onde aconteceu o ataque?

– Como foi o ataque?

– Foi um ato terrorista?

– Quem é suposto autor do ataque?

– O suspeito estava sozinho no caminhão?

– O que diz a empresa proprietária do caminhão?

– Quem são as vítimas do ataque?

Veja, abaixo, as respostas detalhadas:

Policiais observam, nesta terça-feira (20), o caminhão usado no ataque em Berlim na noite anterior (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters)

Como foi o ataque?

Um caminhão que transportava 25 toneladas de vigas de aço atropelou e arrastou tudo o que cruzou por seu caminho ao longo de uma distância que variou entre 50 e 80 metros, segundo a BBC.

A polícia de Berlim informou que o caminhão “foi conduzido deliberadamente em direção à multidão”.

O veículo vinha da Itália e deveria entregar os produtos metalúrgicos em Berlim. Ele tinha placa polonesa. Suspeita-se tenha sido roubado na Polônia em um canteiro de obras.

O alvo do ataque foi a praça Breischeid, onde acontecia uma feira de Natal. Uma grande operação de segurança foi montada na região, que fica na parte ocidental capital alemã.

Um suspeito foi preso após ser perseguido por cerca de 2 km por uma testemunha, que manteve contato por telefone com a polícia, segundo a agência de notícias France Presse. Ele nega envolvimento com o ataque, e a polícia diz não ser possível assegurar a participação do homem detido.

Homem faz oração nesta terça-feira (20) em memorial que homenageia as vítimas do ataque com caminhão que deixou mortos em Berlim na véspera (Foto: John MacDougall/AFP)

Foi um ato terrorista?

A chanceler alemã, Angela Merkel, classificou de atentado terrorista o atropelamento numa feira natalina em Berlim. O ataque, no entanto, não foi reivindicado por nenhuma organização terrorista, como o Estado Islâmico.

“Sei que, para nós, seria particularmente difícil suportar se for confirmado que este ato foi cometido por uma pessoa que pediu proteção e asilo na Alemanha”, afirmou Merkel na TV, em seu primeiro comunicado após o episódio.

A chanceler, que é bastante criticada por defensores da extrema direita por abrir as portas da Alemanha a refugiados, recebeu duros ataques após o atentado. Em 2015, o país recebeu 1,1 milhão de solicitantes de asilo – e os migrantes não param de chegar as suas fronteiras.

Quem é suposto autor do ataque?

O chefe de polícia de Berlim afirmou nesta terça-feira (20) que não está claro se o paquistanês preso após o atropelamento em um mercado de Natal, em Berlim, era realmente o motorista do veículo. A polícia e o ministro do interior alemão afirmaram que o suspeito nega o envolvimento no crime.

“Até onde eu sei, não se pode ter certeza de que [ele] era o motorista. Estamos particularmente alertas. Por favor, esteja também alerta”, disse o comandante da polícia de Berlim, Klaus Kandt. O procurador-chefe também deixou dúvida se detido teria de fato ligação com atentado.

“Ele nega o crime. A investigação continua”, acrescentou o ministro do interior alemão, Thomas de Maizière. Ele já havia declaro que o suspeito é “a priori” paquistanês. “Ele chegou na Alemanha, em Saint Sylvestre, em 31 de dezembro de 2015, e foi registrado antes de ir para Berlim em fevereiro”, detalhou De Mazière, de acordo com a France Presse.

Inicialmente, a polícia havia informado que o suspeito foi preso após ser perseguido por cerca de 2 km por uma testemunha, que manteve contato por telefone com a polícia, segundo a AFP. “Este corajoso civil nos dá um pouco de alento ao coração”, disse então Winfrid Wenzel, porta-voz da polícia de Berlim, citado pelo jornal “Die Welt”.

A publicação informou que autoridades acreditam que o suspeito tenha entrado na Alemanha em fevereiro como refugiado pela rota dos Balcãs, uma das mais comuns entre os refugiados que tentavam fugir da Síria e do Iraque.

Uma fonte do departamento alemão de segurança afirmou à agência de notícias Reuters que o suspeito era conhecido pela polícia por delitos menores e chegou a usar vários nomes. O homem teria vivido em um alojamento para refugiados em Berlim.

O jornal “Bild” citou fontes da segurança para informar que o suspeito se chama Naved B., segundo a Reuters. Em casos como esses, as autoridades alemãs normalmente não divulgam o sobrenome completo, citando apenas uma inicial.

O suspeito estava sozinho no caminhão?

A polícia informou que havia um único passageiro no interior do veículo, um polonês que morreu no local.

O que diz a empresa proprietária do caminhão?

O proprietário da empresa a qual pertence o caminhão que entrou na praça Breitscheid, em Belim, disse à agência de notícias France Presse, que o caminhoneiro que dirigia o veículo está desaparecido.

“Não temos contato com ele desde esta tarde. Não sei o que acontece. É meu primo, o conheço desde criança”, declarou Ariel Zurawski.

Lukasz Wasik, gerente da empresa, disse à AFP que perderam o contato com o caminhoneiro de 37 anos às 15h locais.

“Não sabemos o que aconteceu, se foi sequestrado, se está morto, não sabemos de nada. Estamos muito preocupado com ele”, disse. “Que tragédia e nós não temos nada a ver [com o ataque]”, acrescentou Wasik.

Quem são as vítimas do ataque?

Autoridades alemãs não divulgaram a identidade do homem encontrado no caminhão nem das outras 12 vítimas fatais do ataque. Elas informam que, dos 48 feridos, 18 estão em estado grave.

De acordo com a BBC, uma testemunha dos atropelamentos, o britânico Mike Fox, de 48 anos, afirmou à agência de notícias Associated Press que muitas pessoas pareciam ter fraturas nos membros. Outras teriam ficado presas sob os destroços da feira de Natal.

Ainda segundo a BBC, a australiana Trisha O’Neill disse à Australian Broadcasting Corporation: “Apenas vi um grande caminhão preto cruzando o mercado em alta velocidade e esmagando muitas pessoas. Foi quando as luzes de apagaram e tudo foi destruído. Ouvi gritos, e todos ficamos paralisados. Então, as pessoas voltaram a se mover e a tirar as pessoas dos destroços, tentando ajudado quem estivesse sob eles.

g1.globo.com

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