Onda roxa: Zema impõe restrições de circulação a duas regiões de Minas
As restrições mais severas terão validade de 15 dias e serão aplicadas nas regiões Noroeste e Triângulo Norte.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confirmou a criação da onda roxa no programa Minas Consciente, mais restritiva que as demais e equivalente a um lockdown, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (3).
A medida atingirá as regiões Noroeste e Triângulo Norte, incluindo as cidades Uberlândia e Patos de Minas. Ela será obrigatória mesmo a cidades que não tenham aderido ao programa.
De acordo com o chefe do Executivo, as restrições mais severas terão validade de 15 dias. “Espero que seja suficiente, mas estaremos revendo sempre que for necessário”, disse.
A mudança ocorre pouco mais de um mês após o governo estadual relaxar regras do programa Minas Consciente, permitindo que mais atividades funcionassem nas cidades adeptas ao projeto mesmo na onda vermelha do programa, até então a mais restritiva.
A decisão vai ao encontro de uma carta aberta divulgada pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), nesta segunda-feira (1°), em que ele pede que Estados adotem medidas restritivas contra a pandemia e sugeriram lockdown nas cidades das 20h às 6h.
De acordo com levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 18 Estados e o Distrito Federal têm ocupação de leitos de UTI para Covid-19 acima de 80%, o que significa um agravamento simultâneo da pandemia em todo o país, na avaliação da entidade.
Atualmente, a ocupação de leitos de UTI em Minas é de 74% e de enfermaria, 68,5%. Em algumas cidades mineiras, o sistema de saúde aproxima-se do colapso, como em Montes Claros, na região Norte, onde os leitos clínicos do SUS chegam a uma ocupação de 97%.
Ainda nesta quarta-feira (3), o comitê de enfrentamento à pandemia de Belo Horizonte, que não aderiu ao Minas Consciente, reúne-se para discutir possíveis mudanças no funcionamento das atividades na capital, que tem registrado aumento nos índices epidemiológicos nesta semana.
Por Gabriel Rodrigues – O Tempo