A Polícia Federal (PF) participou, nesta quinta-feira (23/10), do processo de extradição da mineira Gisele Oliveira, de 40 anos. Natural de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, ela é suspeita de de assassinar cinco, dos sete filhos biológicos envenenados, e estava sendo procurada pela Justiça. A mulher fugiu para o país europeu este ano e foi presa em território português.
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a suspeita teria administrado, intencionalmente, substâncias sedativas, que provocaram a morte de seus cinco filhos, com idades entre 10 meses e três anos. Os crimes aconteceram entre 2010 e 2023, em Timóteo, no Vale do Aço.
Gisele fugiu para Portugal este ano, onde continuou intimidando familiares e testemunhas, para impedir as investigações. Ela foi localizada em Coimbra, em 5 de maio, e presa pela Polícia Judiciária portuguesa. Conforme a PF, o nome dela constava na lista de Difusão Vermelha da Interpol – um alerta internacional para uma pessoa procurada.
Segundo a corporação, havia um mandato de prisão preventiva, contra a investigada, expedido pela Vara Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Timóteo, pelos crimes de homicídio e coação no curso do processo, o que motivou o pedido de extradição. A Justiça de Timóteo decretou a prisão preventiva da mulher, iniciando a articulação internacional para a capturá-la.
Conforme a Polícia Federal, Gisele desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, escoltada por policiais federais. Ela será encaminhada ao Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto (CPFEP), em BH, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Relembre o caso
A suspeição da morte dos cinco filhos foi levantada pela mãe de Gisele, que procurou a polícia para prestar depoimento, e relatar que a filha tinha problemas psiquiátricos. Segundo a mãe, a suspeita começou a apresentar problemas psiquiátricos em 2008. A primeira morte, de João Damasceno, teria ocorrido em outubro de 2010. Um mês depois, o segundo filho, Cauã Damasceno, morreu nas mesmas circunstâncias. Na época, segundo a PF, não houve suspeitas e as mortes foram atribuídas a causas naturais.
Posteriormente, em 2019, mais dois filhos de Gisele morreram. Em junho, foi a vez Ana Júlia, e em agosto, morreu Kaik. Conforme informado pela polícia, ainda sem nenhuma suspeita. Em janeiro de 2023, morreu o quinto filho de Gisele. Foi quando a mãe encontrou na casa da filha, caixas de sedativos, e então suspeitou.



