Minas não vai adotar prescrição para vacinar crianças contra a Covid
Minas Gerais não vai adotar a prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, conforme orientado pelo Ministério da Saúde. A postura segue o que foi anunciado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Nas próximas horas o governador Romeu Zema deve publicar, nas redes sociais, a decisão adotada no Estado, conforme informou a assessoria de comunicação do Executivo. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em nota, informou que a decisão também está em conformidade com orientação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).
“A SES-MG frisa que em nenhuma outra campanha de imunização houve necessidade de receita médica e, sim, o consentimento dos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade”, justificou a pasta.
O uso do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a vacinação infantil enfrenta resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Belo Horizonte também deve recusar a prescrição médica, conforme nota da Secretaria Municipal de Saúde. A pasta informou que aguarda um comunicado do governo de Minas para definir as estratégias de imunização.
INDEFINIÇÃO
Desde que a Anvisa autorizou o uso da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos no Brasil, o assunto é alvo de inúmeras polêmicas geradas pela resistência do governo Federal. Por causa da recomendação de uso do imunizante, servidores da Anvisa chegaram a ser ameaçados. Bolsonaro, inclusive, afirmou que divulgaria os nomes dos técnicos responsáveis pela análise.
Uma consulta pública também foi aberta, nesta sexta-feira (24), pelo governo Federal para colher a opinião da população sobre o assunto. O processo ficará aberto até dia 2 de janeiro. O procedimento é o primeiro do tipo a ser adotado pelo Ministério da Saúde na história. Em situações do tipo, o órgão apenas endossava as decisões da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa).
Nesta semana, OTempo mostrou que uma carta aberta das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Infectologia e Imunizações defendeu a decisão da Anvisa e recomendou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer. Na carta, os médicos destacaram que os benefícios da imunização superam quaisquer possibilidade de riscos com a aplicação do antígeno.
O texto ainda destaca que a vacina a ser utilizada no público infantil tem cerca de um terço da dose aplicada em adultos e adolescentes e teve eficácia de 90,7%, segundo os estudos clínicos.