Medicamentos de alto custo poderão ser retirados em Manhuaçu
A partir do dia 1º de julho as pessoas que fazem o uso de medicamentos de alto custo através da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais poderão efetuar a retirada em Manhuaçu, na Farmácia Popular, situada na rua Olímpio Vargas. Anteriormente, os usuários de remédios desta classe precisavam buscá-los na sede da GRS em Manhumirim.
De acordo com a secretária municipal de saúde, Karina Gama, o imóvel foi remodelado para melhor atender a população e diz que a dispensação destes medicamentos em Manhuaçu é um grande avanço para o município. Ela ainda explica como se dá o processo de dispensação dos remédios. “Existe uma lista na Secretaria Estadual de Saúde, que todos nós temos acesso, inclusive os usuários”, esclarece.
Karina explica que, por enquanto, o Estado enviará os medicamentos à Manhumirim que repassará à Secretaria Municipal de Saúde para dispensação, mas que isso não prejudicará os prazos de entrega determinados para cada paciente. “Isso está dependendo hoje da organização da Secretaria Estadual de Saúde. Neste primeiro momento ele virá para Manhumirim e nós traremos para Manhuaçu onde faremos a distribuição. Mas já existe uma perspectiva da SES em já entregar direto no município. O fato de estar passando por Manhumirim não vai ser empecilho para fazermos esse atendimento aqui em Manhuaçu”, afirma Karina. “O que acontece de uma vez ou outra faltar um medicamento no Estado, isso vai acontecer com os que são dispensados aqui também. Não vamos conseguir sanar este tipo de problema, porque a falta do medicamento está no Estado. Manhuaçu vai estar distribuindo aquilo que receber”, fala com clareza.
Além da dispensação, a Secretaria Municipal de Saúde também passará a receber a documentação do processo de solicitação de medicamentos de alto custo. “A pessoa que tem uma receita com um medicamento que está dentro do protocolo dos medicamentos de alto custo, a Farmácia Popular já vai ter um farmacêutico e um técnico que vai orientar sobre quais documentos, exames, e relatórios serão necessários para compor esse processo, e assim, nós vamos proceder com o envio para a Secretaria Estadual, para proceder com a autorização”, esclarece a secretária de saúde.
Farmácia Popular
Sobre o funcionamento do programa Farmácia Popular direcionado aos municípios, encerrado pelo Governo Federal na atual gestão do presidente Michel Temer, Karina explica que a Secretaria Municipal de Saúde está discutindo o assunto. “É uma perda muito grande para nós. As secretarias de saúde até se mobilizaram junto aos gestores, mas infelizmente o Governo Federal determinou que essa modalidade de dispensação fosse interrompida. Estamos aguardando para ver o que eles farão, se ainda mandarão alguns medicamentos da atenção básica, como está, ou se vão encerrar tudo mesmo. Daí nós tentaremos disponibilizar alguns medicamentos também até pela questão do fluxo”, diz a secretária.
Outro ponto destacado por Karina é a conclusão das obras da farmácia do SUS, tida como prioridade para que a população tenha acesso aos medicamentos básicos, estratégicos e excepcionais. “O fato de tirar esses medicamentos de lá (da Farmácia Popular) pelo nível federal, implica também numa sobrecarga que nós vamos ter a partir de agora, mas nós já estamos vendo a questão de compra de medicamento”. Ela lembra que também há a dispensação de medicamentos nas unidades de PSF, como os anti-hipertensivos, medicamentos para tratamento de diabetes, e aqueles chamados medicamentos básicos. “Estamos revendo todas essas compras para podermos atender de forma equânime e satisfatória os usuários”, completa.
Retomada da obra do anexo II do HCL
A respeito da verba liberada pelo estado de Minas Gerais para o término da obra do anexo II do Hospital César Leite, Karina fala sobre os setores que deverão passar a funcionar no local. “Nós já estamos montando com o jurídico todas as normas e como será firmado convênio, inclusive com estabelecimento de leitos SUS. Eu já tive uma reunião no hospital e já me adiantaram que a parte de obstetrícia e também da pediatria serão levadas para lá. Foi o que o diretor clínico do HCL, Dr. Luiz, me passou. Todas essas questões serão acordadas com a nossa prefeita, juntamente com o hospital, com o objetivo de favorecer a população da região de Manhuaçu”.
A secretária ainda destaca um dos grandes problemas da Unidade de Pronto Atendimento de Manhuaçu (UPA): a superlotação, e conta que existe uma grande dificuldade em conseguir leitos hospitalares. “Nós sabemos hoje, que o grande problema da nossa UPA regional é a superlotação. As pessoas reclamam, as vezes de um atendimento demorado, da superlotação nos corredores. Isso acontece também porque nós temos muita dificuldade de conseguir leitos hospitalares para dar vasão a esses pacientes. Com essa nova construção e com esses novos leitos, acreditamos que teremos uma maior vasão e com isso também, a melhoria da nossa UPA.”, esclarece.
Fórum Regional
Sobre a realização da nova etapa dos Fóruns Regionais que acontece nesta quinta-feira, 29/06, em Manhuaçu, a secretária municipal diz que um dos temas relativos à saúde que serão tratados no evento será a implantação de rede de urgência e emergência na Macro Leste Sul, e que a expectativa da administração municipal é grande. “Este será o pedido da nossa prefeita com os demais prefeitos da região. Nós temos expectativas de que o governador veja a nossa necessidade, seja sensível a essa demanda, e nos contemple nos próximos meses com essa rede”, conclui.
Livia Ciccarini – Tribuna do Leste