Japinha diz que o fato de ser uma asiática cantando forró atraiu os fãs

Japinha diz que o fato de ser uma asiática cantando forró atraiu os fãs

Com pouco menos de um ano nas paradas de sucesso, a cantora carioca Japinha Conde, 21, mal consegue acreditar em sua evolução no cenário do forró. Foi depois de um vídeo dela com um morador de rua viralizar nas redes sociais que começou a despontar ao estrelato.

Na ocasião, a música que ambos escutavam no meio da rua era “Romance Desapegado”, de Japinha, vocalista da banda Conde do Forró, e fala sobre um casal de ficantes que leva uma relação parecida com um namoro, mas de uma forma bem mais desapegada e verdadeira.
Com a explosão do hit, logo veio o clipe, em setembro de 2020, que chegou ao topo do YouTube com mais de 105 milhões de visualizações em apenas dois meses, também alcançou a segunda posição no top 100 da plataforma no Brasil e ficou entre as 50 virais do mundo. Atualmente, conta com mais de 227 milhões de visitas.

“Nosso canal no YouTube tem muitos acessos. A ‘Romance Desapegado’ está sendo no momento a música mais importante da minha carreira”, reflete a artista, que nasceu e cresceu na comunidade Morro do Barbante, na Ilha do Governador (RJ), e diz que quase seguiu a carreira de modelo, não a de cantora.

“Eu tinha 13 anos quando percebi que era música que eu queria fazer. Confesso que foi difícil convencer a minha mãe, mas no fim deu tudo certo”, recorda ela, que na verdade se chama Lorraine Silva, e que entrou para o Conde do Forró, assumindo os vocais da banda, em maio do ano passado.

A partir daí, Japinha tem mandado muito bem e só vê seus números crescerem nas plataformas de streaming. Na Deezer, nos últimos seis meses, entre as músicas mais ouvidas estão ‘Romance Desapegado’, ‘Você Não Vale’, em que canta com Felipe Araújo, e ‘Saudade de Mim’.
O público que mais a ouve está localizado em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Porém, há forte movimento de fãs nos Estados Unidos e Irlanda também.
Já no Spotify Japinha Conde acumula mais de três milhões de ouvintes mensais e 20 mil seguidores na plataforma. Dentre as cinco músicas mais executadas aparecem “Volta Marcada” e “Vou Fácil”, participação dela na canção com Maiara e Maraisa.
“As parcerias são sempre importantes para nós. Felipe Araújo me ajudou muito, assim como Maiara e Maraisa. Estou ansiosa. Esse ano tem muitos projetos para soltar. Quero ver logo a rapaziada ouvindo novas músicas e clipes”, almeja.
Seu mais recente lançamento é outra parceria, esta com o cantor Tierry, na música “Arranhãozinho”. Lançada em 24 de fevereiro, ela soma mais de 16 milhões de acessos no site de vídeos e foi uma das últimas músicas a entrar no mais recente DVD de Japinha e do Conde do Forró, “Evidências”, gravado em janeiro de 2021 em Fortaleza.

Entre os convidados estão Xand Avião, Lauana Prado, Tierry, Léo Magalhães, MC Rogerinho e Luíza e Maurílio. “Busco inovar e me espelhar nos outros artistas acima de mim. Sou fã, por exemplo, de K-pop e BTS”, revela.

CARIOCA, ASIÁTICA CANTANDO MÚSICA NORDESTINA
Com um timbre peculiar e rouquidão na voz, Japinha sabe que canta de uma forma diferente. Mas, para ela, o sucesso se deve não só a isso. “Creio que o que atraiu o público foi eu ser carioca, asiática cantando música nordestina. É muito diferente, fico imaginando a cara do público. É sinistro”, diverte-se.

O ritmo que ela canta, o forró ou modão, depende de cada região, é algo que vem crescendo no Brasil. “Não temo que acabe essa onda porque a ideia é sempre inovar e me adaptar ao mercado musical”, diz.

O grande sucesso do Barões da Pisadinha, outra referência de Japinha, é um reflexo dessa nova tendência pelo país. A ascensão deles, que deixaram de ser desconhecidos para figurar entre os artistas mais ouvidos do país, foi rápida.

Quando Neymar apareceu ouvindo o hit “Tá Rocheda” em Paris, no fim do ano passado, a dupla já era sucesso no Nordeste e começava a conquistar outras regiões do país.

E é isso que Japinha deseja: perpetuar seu nome e o do ritmo pelo Brasil afora. Porém, para que isso seja feito, terá de esperar a pandemia do novo coronavírus cessar.

“Sucesso é algo inexplicável. Jamais passava para minha cabeça que seria reconhecida nacionalmente. Passei dificuldades na infância, uma delas a separação dos meus pais. Mas hoje vejo que consegui realizar meu maior sonho: ver a rapaziada cantando minhas músicas e o carinho é inexplicável.”

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