Incêndio em boate deixa ao menos 29 mortos no centro de Istambul
Ao menos 29 pessoas morreram nesta terça-feira (2) em um incêndio no porão de um prédio residencial no centro Istambul, na Turquia. O incidente atingiu a boate Masquerade durante obras de reforma.
O incêndio começou às 12h47 (hora local), segundo o governador da província de Istambul, Davut Gül. As chamas se espalharam rapidamente e cercaram os moradores de todos os 16 andares do prédio com uma espessa fumaça preta.
Os serviços de emergência foram mobilizados, e cerca de 20 ambulâncias e caminhões de bombeiros foram direcionados para o local, bloqueando o trânsito e os pedestres.
Durante toda a tarde, o número de vítimas não parou de aumentar, e a maioria dos 12 feridos que estavam hospitalizados em estado grave morreu. Ainda há um ferido que permanece internado em situação crítica. No início da noite, o gabinete de Gül anunciou o fim das buscas por outras vítimas entre os escombros. Segundo ele, os trabalhadores que estavam no local morreram.
Ainda de acordo com o governador, oito pessoas foram presas, incluindo o chefe e o gerente da boate, assim como o chefe da empresa metalúrgica responsável pela obra. O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, afirmou pela rede social X que uma investigação sobre o ocorrido foi aberta.
As imagens mostraram fumaça branca e preta saindo do porão e chamas subindo até o terceiro andar do prédio. Os corredores que levam à entrada do clube ficaram completamente carbonizados. As autoridades cortaram energia, água e gás na área e o edifício foi esvaziado por precaução. Nenhum representante do clube foi encontrado ou se pronunciou sobre o incidente.
Segundo o site da boate Masquerade, a casa estaria fechada de 10 de março a 10 de abril para uma reforma. O local, próximo ao bairro Gayrettepe, no distrito central de Besiktas, possui vários palcos e recebe shows ao vivo com regularidade. O clube recebeu sua licença em 1987, e o documento foi renovado em 2018, segundo Gül.
De acordo com o governador, a boate estava “bem conservada”, mas a imprensa local questionou a legalidade das obras e disse que o estabelecimento não possuía saída de emergência apesar de estar no subsolo do prédio.
“Perdi quatro amigos”, disse à agência de notícias AFP Fikret Kaya, um homem de cerca de 40 anos que foi ao local junto com familiares das vítimas. Na entrada da rua, a poucos metros do prédio, três bombeiros cobertos de fuligem estavam sentados segurando seus capacetes.