Homem em surto confronta SAMU e PM e acaba morto em Manhuaçu
A Polícia Militar de Manhuaçu foi chamada na noite desta sexta-feira, 18/10, no bairro São Francisco de Assis para auxiliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no atendimento de um homem em surto psicótico. Segundo a PM, Mateus Teixeira da Silva, 27 anos, estava armado com facas em ambas as mãos, apresentou comportamento agressivo, o que exigiu o uso da força policial para conter a situação.
De acordo com o tenente Mendonça, a equipe policial tentou, inicialmente, resolver a situação com o uso de métodos não letais, como spray de pimenta e balas de borracha, mas ambos se mostraram insuficientes para neutralizar a ameaça. “A Polícia Militar foi acionada pelo SAMU, que veio prestar o atendimento no bairro, já que ele se encontrava em situação de surto psicótico com uma faca em cada mão. A situação demandou dos profissionais de saúde o auxílio da Polícia Militar, que prontamente atendeu, e a Polícia Militar, ao tentar conversar com o cidadão para que ele fosse atendido pelo SAMU, uma vez que ele estava em surto, fez o uso de gradação da força, através do uso do spray de pimenta, primeiro para tentar controlá-lo. Como não resolveu, os militares tentaram usar bala de borracha, contudo não foi suficiente para cessar a agressão. O cidadão continuou vindo com as facas em direção à guarnição, que, em defesa teve que usar da força de letalidade, no caso, a arma de fogo. Contudo, o SAMU já estava no local e iniciou o atendimento ao cidadão imediatamente”.
Alguns populares que presenciaram a cena demonstraram revolva e insatisfação com a atuação policial. “Infelizmente, muitas vezes os militares ficam em uma situação que não tem outra alternativa, que não seja o uso da força. Os cidadãos, uma vez que não viram a situação desde o início, não entendem, que foi usada toda a técnica possível para evitar que chegasse esse ponto. A Polícia Militar foi acionada já com a leitura dos agentes da saúde que viram que não tinham como atender o cidadão em surto psicótico. O uso da arma de fogo foi o último recurso e só foi usado porque foi estritamente necessário”, completou o tenente Mendonça.
MORADORES REVOLTADOS
Os moradores se revoltaram com a situação. Em nome de alguns deles, a moradora Roberta falou que “a impressão que as polícias têm do campo de avião tem que acabar. Eles acham que aqui é só droga, que aqui é só comércio de droga, eles acham que aqui é tudo errado. Não, aqui tem morador decente, aqui tem gente boa, aqui tem criança feliz que brinca num parquinho aqui. Eles não podem entrar na casa de morador e sair atirando. Porque quando a gente liga para eles, é para eles ajudarem a população, não é para eles matar a população. Você entendeu?”.
Segundo ela, os policiais erraram e estavam querendo calar o protesto da comunidade. “Aqui não tem ninguém querendo confrontar eles. Tem gente querendo ser ouvido e eles não quer escutar, porque o direito que eles têm, nós temos também. (…) A Justiça tem que rever o erro deles, porque do pobre de nós aqui, eles querem punir, então eles também têm que ser punidos também. Eles entraram na casa de uma mulher trabalhadeira, que infelizmente tinha um filho que já teve outros surtos, já tinha currículo de surto, (…) não precisavam de atirar em uma pessoa. (…) A população está revoltada”, afirmou.
Em nota, o 11º BPM informou que acionou a perícia da Polícia Civil e adotou as providências de polícia judiciária militar.