Grupo mercenário aliado de Putin se revolta contra exército russo
A guerra entre Rússia e Ucrânia teve um novo capítulo nas últimas horas, quando o grupo paramilitar Wagner, que lutava pelos russos, se rebelou contra o exército de Vladimir Putin e deu início a uma crise militar em Moscou.
Conforme agências internacionais, Yevgeny Prigozhin, comandante do grupo Wagner, declarou que está em uma campanha contra a cúpula do exército russo, e fizeram movimentos de cerco na cidade de Rostov, próxima à fronteira com a Ucrânia, com várias imagens de passagens de veículos militares na cidade russa.
Na ação miliciana, instalações militares de Voronezh, a 600 km de Moscou, também estariam sob controle dos rebeldes, que avançam rumo a capital russa.
Por conta disso, o Kremlin reforçou a segurança nos arredores de Moscou e na capital, com tanques e bloqueios podendo ser vistos na região da Praça Vermelha. O presidente Putin fez pronunciamento à nação onde prometeu “punições duras”.
“Qualquer ação que dívida nossa nação é essencialmente uma traição ao nosso povo, aos nossos companheiros de armas que agora estão lutando na linha de frente. Isso é uma facada nas costas do nosso país e do nosso povo”, disse Putin.
Crise militar
A crise, tida por Putin como punhalada nas costas, teria tido início após desentendimentos entre o grupo paramilitar e o exército russo, onde o líder do grupo Wagner faz críticas abertas ao ministro da Defesa, Serguei Choigu.
O gatilho para o rompimento entre eles teria sido quando Prigozhin acusou o ministério da Defesa de ter atacado um acampamento do grupo Wagner e que muitos de seus combatentes morreram. Horas antes do suposto ataque, o líder do pelotão mercenário divulgou um vídeo no qual afirmou que a invasão militar russa ao território ucraniano era “baseada em mentiras”. Na retaliação, Prigozhin afirmou que derrubou um helicóptero russo e que suas forças, que estavam na Ucrânia, começaram a invadir a Rússia.
Grupo paramilitar Wagner
O grupo Wagner é uma organização privada paramilitar com ligações com o governo russo. Eles surgiram em 2014, quando ajudaram as tropas russas a anexar a região da Crimeia, que é território ucraniano. Desde então, os mercenários apoiaram o exército russo em conflitos e guerras civis, incluindo a invasão da Ucrânia, em 2022.
O líder, Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é um oligarca russo e ex-prisioneiro da União Soviética.
Ele também é procurado pelo FBI, acusado de ajudar a fraudar as eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas por Donald Trump. Estima-se que haja mais de 50 mil soldados do grupo Wagner e que cerca de 20 mil estejam combatendo na Ucrânia.