Ex-presidentes da Câmara de Muriaé, servidores públicos e empresários são alvos de operação que investiga associação criminosa

Uma associação criminosa composta por ex-presidentes da Câmara Municipal de Muriaé, um ex-diretor financeiro do órgão, funcionários públicos e empresários é alvo de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na manhã desta terça-feira (26).

A ação, chamada ‘Mãos Invisíveis’, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Muriaé, Vieiras e Juiz de Fora.

Segundo as investigações, os empresários e agentes públicos, em conjunto com dois vereadores da cidade de Muriaé e um diretor financeiro da Câmara, constituíram um verdadeiro ‘consórcio de empresas fraudulentas’ para praticar crimes contra a Administração Pública, por meio de contratações com o poder público.

O MPMG não divulgou os nomes dos envolvidos, nem o que foi apreendido durante as diligências. Contudo, o g1 apurou que um deles é o vereador em exercício Antônio Afonso Soares Tomaz (PRD), conhecido como ‘Afonso da Saúde’.

À reportagem, a defesa dele afirmou que está à disposição das autoridades e afirmou o ‘compromisso com a transparência, a justiça e o bem-estar da comunidade, destacando que está pronto para colaborar com as investigações’.

Já em nota, a Câmara de Muriaé disse que se trata de ações investigadas, envolvendo um vereador atual e um ex-servidor da Casa e que ‘sempre manteve colaborativa com os órgãos de segurança pública’.

A operação foi de responsabilidade do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata, da unidade de Visconde do Rio Branco, e da Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé. As Polícias Civil e Militar deram apoio à ação.

Como o grupo agia?

De acordo com o MPMG, para as referidas contratações com o poder público, empresas do ramo da construção civil foram criadas em nome de ‘laranjas’, a fim de, por meio de mútua colaboração, fraudar a concorrência de vários procedimentos licitatórios nos municípios da microrregião de Muriaé.

Após as contratações, os valores obtidos eram movimentados em nomes de ‘laranjas’, caracterizando um esquema de lavagem de dinheiro.

A operação ‘Mãos Invisíveis’ é uma continuidade das operações ‘Catarse 1’ e ‘Metástase 2’, deflagradas pelo Gaeco entre 2021 e 2024, que demonstraram a existência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas.

Por g1 Zona da Mata — Muriaé

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