A disputa pelo governo de Minas Gerais nas eleições de 2022 tem, até o momento, nove pré-candidatos. São eles: o atual governador Romeu Zema (Novo), que vai tentar a reeleição; o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD); o senador Carlos Viana (PL); os ex-deputados Miguel Corrêa (PDT) e Marcus Pestana (PSDB); as professoras Vanessa Portugal (PSTU) e Lorene Figueiredo (Psol); a doula Renata Regina (PCB) e o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe (PSB).
Conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as convenções partidárias podem ser realizadas de 20 de julho a 5 de agosto e o registro das candidaturas deve ser feito até o dia 15 de agosto pelas legendas, federações e coligações. O primeiro turno do pleito está marcado para o dia 2 de outubro, e o segundo, caso seja necessário, para o dia 30.
De acordo com a pesquisa Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas no último sábado (18/6), Zema tem 45,7%; Kalil 28,4%; Viana 4,1%; Corrêa 1,8%; Pestana 1,5%; Vanessa 1,3%; Renata 1,1%; Lorene 0,3% e Saraiva 0,2%.
O levantamento está registrado no TSE sob os números MG-00062/2022 e BR-02909/2022. O nível de confiabilidade dos dados coletados é de 95%.
Confira o perfil de cada um dos nove pré-candidatos ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2022:
O atual governador vai tentar a reeleição em outubro e lidera as intenções de voto. Em 2018, Zema aproveitou a onda bolsonarista para derrotar o então senador Antonio Anastasia (PSDB) no segundo turno, com 71,8% dos votos válidos.
Natural de Araxá, na região do Alto Paranaíba, o empresário, de 57 anos, fez carreira no Grupo Zema, fundado por seu avô há 99 anos. De 1990 a 2016, ele ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração da companhia, que tem faturamento bilionário e empresas em diferentes segmentos.
Ao longo de três anos e meio de mandato, o primeiro governador do partido Novo teve que lidar, além da pandemia, com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, greve de servidores e um estado endividado. Zema também enfrentou dificuldades para montar uma base aliada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e aplicar políticas próprias do seu partido.
O ex-prefeito de Belo Horizonte deixou o cargo em março deste ano, após ser reeleito no primeiro turno das eleições municipais de 2020, com 63,36% dos votos válidos. Em maio, firmou uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o pleito de outubro.
Nascido em Belo Horizonte, o empresário da construção civil, de 63 anos, seguiu os caminhos do pai e também ocupou cargos na direção do Clube Atlético Mineiro. Entre 2009 e 2014, como presidente, fez parte da era mais vitoriosa do time de futebol, com a conquista de seis títulos, incluindo a Taça Libertadores da América, em 2013.
Como chefe do executivo municipal da capital mineira, Kalil teve que lidar, além da pandemia, com inúmeras inundações e deslizamentos provocados por enchentes e a caixa-preta do transporte público. Ele também teve problemas com vereadores da capital mineira.
O senador foi eleito em sua primeira disputa para um cargo político, em 2018, com 20,22%. Ele ficou logo atrás de Rodrigo Pacheco (PSD), que recebeu 20,49% dos votos válidos. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que liderava as pesquisas, ficou em quarto, com 15,35%.
O jornalista, de 59 anos, passou por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão em mais de duas décadas de carreira. De 1999 a 2004, trabalhou na TV Alterosa, que pertence ao Diários Associados.
Vice-líder do governo federal no Senado, Viana deixou o MDB e se filiou ao PL, do presidente Jair Bolsonaro, na última janela partidária, em abril. Antes, em 2018, foi eleito pelo extinto PHS, apoiado pelo então colega de partido Alexandre Kalil.
Ex-filiado ao PT, foi deputado federal por três mandatos, de 2007 a 2018. Antes, em 2004, Corrêa também foi eleito vereador de Belo Horizonte, pelo PPS.
O político, de 44 anos, deixou o PT na janela partidária desde ano, após 15 anos, para se filiar ao PDT, de Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República. Apesar de serem colegas de partido há pouco tempo, eles já tiveram atritos por causa de fortes declarações de ambos os lados.
Em março deste ano, Corrêa foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico durante a candidatura ao Senado Federal nas últimas eleições, em 2018. Caso não consiga reverter a decisão, ele ficará inelegível por oito anos.
Ex-deputado federal por dois mandatos, de 2011 a 2018, Pestana também ocupou as secretarias de Estado de Planejamento e de Saúde durante os governos Itamar Franco e Aécio Neves, respectivamente.
Natural de Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, o político, de 62 anos, é economista de formação e iniciou a vida pública como vereador da cidade, em 1982.
Assim como no âmbito nacional, o PSDB e o MDB tentam fechar uma aliança em Minas Gerais para as eleições de 2022. A ideia dos tucanos é que o partido da pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet possa indicar alguém para a vaga ao senado na chapa de Pestana.
Candidata a diferentes cargos públicos nas últimas duas décadas, a professora e sindicalista vai disputar o Palácio Tiradentes pela terceira vez. Em 2002, concorreu ao cargo de vice e, em 2006, ao de governadora.
Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindrede-BH), Vanessa, de 52 anos, também tentou se eleger prefeita da capital mineira em mais de uma oportunidade. Além disso, em 2020, ela concorreu à Câmara Municipal e, em 2018, ao Senado Federal.
Ligada a movimentos populares, feministas e da juventude, a doula é pré-candidata a um cargo público pela primeira vez. Com a candidatura, o PCB desfaz a aliança que teve com o Psol nas eleições de 2018 e 2020.
Atuando pela humanização do parto e do nascimento, Renata, de 35 anos, também integra a Coordenação Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM) e ocupou cargos de direção em movimentos estudantis, tais como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Colegial de Minas Gerais (UCMG).
Candidata à prefeitura de Juiz de Fora nas eleições de 2020, a professora teve 0,92% dos votos e ficou em sétimo lugar. Antes, ocupou cargos na direção de sindicatos ligados à educação.
Natural do Rio de Janeiro, Lorene, de 56 anos, mora em Minas Gerais desde 1994. É doutora em Política Pública e Formação Humana e leciona na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Ex-ministro da Saúde no governo Lula, Saraiva também foi deputado federal por seis mandatos consecutivos, de 1995 a 2018. Ele deixou o MDB após quatro décadas.
Natural de Belo Horizonte, o político, de 70 anos, começou a carreira política em 1983, como secretário de Saúde de Montes Claros, na região Norte do Estado. Antes de se candidatar pela primeira vez, ele ainda foi secretário de Saúde de Minas Gerais, de 1991 e 1994.