Dólar opera em alta, com incerteza sobre perspectivas no Brasil
O dólar começou o dia em alta nesta sexta-feira (13), retomando a pressão vista durante a maior parte deste mês após dar um respiro na sessão passada, com investidores minimizando o bom humor nos mercados externos e focando na deterioração dos fundamentos macroeconômicos brasileiros.
À tarde, porém, o avanço perdeu força. Às 14h54, a moeda subia 0,07% em relação ao real, cotada a R$ 2,8228 na venda. Veja a cotação.
Na máxima desta sessão, a divisa alcançou R$ 2,8590, alta de 1,35%, segundo a Reuters.
Analistas ressaltam que, no Brasil, as movimentações da moeda eram acentuadas pelo baixo volume de negócios, com alguns operadores afastados das mesas na véspera do feriado prolongado de Carnaval.
Alguns investidores temiam que a perspectiva de contração econômica e inflação acima do teto da meta neste ano, somada à crise na Petrobras e ao possível racionamento de energia e água, possa provocar a perda do grau de investimento brasileiro, o que diminuía o apetite por ativos domésticos.
“Se não tivermos nenhuma marola, sobreviveremos a 2015. Mas se houver qualquer marolinha, o cenário se complica muito”, disse à Reuters o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno.
Por isso, o mercado doméstico se descolava do quadro externo, onde o acordo de cessar-fogo na Ucrânia e esperanças de um compromisso que resolva o impasse em torno da dívida da Grécia traziam alívio aos mercados financeiros, bem como dados melhores do que o esperado sobre a economia da zona do euro, destacadamente a Alemanha.
Intervenção do Banco Central
Investidores também seguiam atentos à política de intervenções do Banco Central brasileiro, que voltou a atrair atenções com a pressão cambial recente. A dúvida é se o BC estenderá o programa de intervenções diárias, marcado para durar “pelo menos” até 31 de março.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões. Foram vendidos 600 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.400 contratos para 1º de fevereiro de 2016.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, já rolou cerca de 60% do lote total.
A moeda fechou em queda na véspera (12), revertendo os ganhos de quarta-feira, quando a moeda atingiu o maior valor em mais de dez anos. O mercado reagiu a números fracos sobre os gastos do consumidor nos Estados Unidos, novos estímulos econômicos na Suécia e um acordo de cessar-fogo na Ucrânia. O dólar caiu 1,82%, a R$ 2,8209.