Dilma Rousseff receberá R$ 220 mil por mês no comando do banco dos Brics

À frente do banco dos Brics, Dilma receberá R$ 220 mil por mês

Sete anos depois de ter sido afastada da Presidência em decorrência de crimes de responsabilidade, Dilma Rousseff voltará a ocupar um cargo público. Ela será eleita nesta sexta-feira (24) para comandar o NBD (Novo Banco do Desenvolvimento) e terá salário mensal médio de cerca de R$ 220 mil.

A instituição financeira foi criada em 2014 pelo Brics — o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Dilma tomará posse no dia 29, durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.

O conselho de governadores do banco, formado pelos ministros da Fazenda dos países fundadores, mais os representantes dos quatro novos integrantes (Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Uruguai), se reúnem por videoconferência e votam a indicação de Dilma em reunião interna. A petista foi sabatinada pelas autoridades estrangeiras ao longo deste mês, depois que o NDB comunicou o início da troca de comando.

Dilma deve ganhar cerca de R$ 2,6 milhões (500 mil dólares) por ano à frente da instituição, equivalente ao valor pago pelo Banco Mundial. Procurado, o NDB não se manifestou. O banco ainda oferece benefícios como assistência médica, auxílio-viagem para o país de origem, subsídios para mudança em caso de contratação e desligamento, além de transporte aéreo. Ela substituirá o diplomata e economista Marcos Troyjo, que era da equipe de Paulo Guedes.

Pedaladas

A ex-presidente — que teve o impeachment aprovado pela Câmara e pelo Senado em um processo legal que teve como justificativa crime de responsabilidade pela prática das chamadas “pedaladas fiscais” (atrasos de pagamento a bancos públicos) e pela edição de decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso — foi candidata única, escolhida por Lula. O mandato dela vai até julho de 2025. Os presidentes da instituição costumam ser eleitos por unanimidade.

O banco dos Brics foi criado após reunião de cúpula dos chefes de Estado, realizada em Fortaleza, em 2014, durante o mandato de Dilma como presidente. Uma das intenções era ampliar fontes de empréstimos e fazer um contraponto ao sistema financeiro e instituições multilaterais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional). Atualmente, a carteira de investimentos é da ordem de 33 bilhões de dólares.

Palestras

Dilma não voltou a ocupar cargos políticos e passou apenas a participar de palestras, debates e discussões acadêmicas e partidárias. Esteve presente na campanha presidencial e também na transição do governo federal.

A ex-presidente foi cassada num contexto político de perda de governabilidade do Executivo. Foi acusada formalmente ter cometido “pedaladas fiscais”, uma manobra para maquiar as contas públicas, reveladas pelo Estadão. Na esteira da turbulência política, a gestão de Dilma no Planalto resultou numa grave crise econômica.

Por Agência Estado

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