O Dia Mundial do Combate ao Câncer, celebrado nesta nesta terça-feira (4), destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Diante desse cenário, assim como há orgãos mais propensos para a incidência da enfermidade, outros apresentam risco menor.
Conforme a oncologista clínica, professora da faculdade medicina Ciências médicas de Minas Gerais, Mariana Cunha, o câncer pode se originar praticamente em qualquer parte do corpo humano.
Cunha aponta que para que doença se desenvolva basta que na região existam células em crescimento, e, portanto, capazes de se multiplicarem e sofrerem mutações. Em geral, o câncer se caracteriza pela reprodução autônoma e desordenada de células anormais, causando os tumores e outros tipos de condições.
Embora não existam regiões do corpo humano que sejam completamente imunes ao câncer, existem aquelas em possuem resistência em desenvolver a doença. “Por exemplo, a córnea, um tecido avascular composto principalmente por colágeno e células epiteliais altamente organizadas, que não desenvolve câncer de forma primária”, aponta a oncologista.
O coração não pode desenvolver câncer?
Um mito muito divulgado é que o coração seria o único órgão humano onde é impossível de se desenvolver câncer. Na realidade, há sim a possibilidade da doença se desenvolver no coração, no entanto, é uma situação extremamente rara.
“Isso ocorre porque suas células musculares, os cardiomiócitos, têm uma capacidade muito limitada de se dividir e proliferar. A maioria dos cânceres surge a partir de mutações em células que se multiplicam rapidamente, como as da pele, pulmão ou intestino. Como o coração é composto predominantemente por células altamente especializadas e com baixa taxa de renovação, a probabilidade de ocorrerem mutações cancerígenas é muito menor”, esclarece Mariana.
Outro ponto que dificulta a ocorrência de cânceres no coração é que o ambiente cardíaco tem outras barreiras que impedem o desenvolvimento tumoral. São elas:
- Fluxo sanguíneo constante
- Ausência de exposição direta à agentes carcinogênicos