AVALIAÇÃO DO GOVERNO TEMER É TRÁGICA EM CINCO CAPITAIS
Para Michel Temer, o cenário exposto pela mais recente pesquisa Datafolha é aterrador. Alçado ao cargo mais importante do País por conta do impeachment de Dilma Rousseff, Temer é visto como pior que sua antecessora, tem o maior índice de rejeição entre todos os políticos listados e deveria deixar já o poder para abrir espaço a novas eleições diretas.
Tudo isso foi detectado pelo instituto em 7 e 8 de dezembro, antes, portanto, dos efeitos do vazamento da primeira delação premiada da Odebrecht, que atinge Temer em cheio.
A pesquisa Datafolha mostrou que a reprovação de Temer cresceu 20 pontos percentuais entre julho e dezembro, passando de 31% para 51%. A quantidade de pessoas que avalia seu governo como regular caiu de 42% para 34% e a dos que avaliam a administração como boa ou ótima foi de 14% para 10%.
O crescimento da rejeição a Temer coincide com o pessimismo acerca da economia. Para 67% dos brasileiros, o desemprego vai crescer; para 66%, a inflação vai aumentar; para 65%, a economia piorou de maneira geral; e para 59% seu poder de compra vai diminuir.
Diante desse quadro, 40% dos brasileiros acham que o governo de Michel Temer é até agora pior que o de Dilma Rousseff. Outros 34% avaliam que os dois são iguais e apenas 21% acreditam que ele é melhor. Esses dados vão ao encontro de pesquisa CNI/Ibope publicada em outubro, na qual a opção mais popular entre os brasileiros era também a de que Temer é pior que Dilma.
A situação do atual ocupante do Planalto é tão grave que ele aparece agora em primeiro lugar na lista de rejeição entre 14 políticos apresentada pelo Datafolha. O índice de rejeição de Temer é 45%, semelhante ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (44%), e bem maior que os de outros políticos listados, como o do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tem 30%; do chanceler José Serra (PSDB), com 20% e do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com 18%.
O índice que resume a situação de Temer é o dos brasileiros que desejam sua renúncia. São 63% dos entrevistados favoráveis a essa opção, contra 27% contrários (6% são indiferentes e 3% não sabem).
O desejo da renúncia vem acoplado à aspiração para que uma nova eleição presidencialseja realizada. Na pergunta apresentada aos entrevistados, o instituto deixou claro que a renúncia de Temer ainda neste ano levaria à realização de novas eleições diretas: “Uma situação em que poderia haver eleição antecipada para a Presidência no Brasil seria em caso de renúncia de Michel Temer até o final deste ano. Você é a favor ou contra Michel Temer renunciar até o final do ano para a convocação de uma nova eleição direta para a Presidência da República?”, perguntou o Datafolha.
Na hipótese de o cargo ficar vago após o início do terceiro ano de mandato (a partir de 1º de janeiro de 2017), a Constituição prevê que, em vez de eleições diretas, uma eleição indireta seria realizada. Isso significaria que o novo presidente seria escolhido pelos deputados federais e senadores.
Temer e a mudança de discurso
A percepção de Temer a respeito da importância da popularidade para o presidente da República mudou de forma drástica entre setembro de 2015, quando ele era o beneficiário de um eventual impeachment, e outubro de 2016, quando passou a ser o alvo da rejeição nacional.
Em 2015, em meio ao agravamento da crise que Dilma enfrentava, Temer afirmou que seria impossível alguém resistir no cargo com aprovação tão baixa. “Hoje, realmente o índice é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”, afirmou Temer durante debate com empresários em São Paulo.
No último mês de outubro, o discurso era outro. Em entrevista a jornais argentinos, Temer minimizou a impopularidade. “Se chego ao fim do governo com 5% e consigo colocar o país nos trilhos, me dou por satisfeito. Não tenho preocupação com a popularidade”, afirmou ele.
Em 2015, quando Temer proferiu sua análise sobre Dilma, a aprovação da petista era de 8% segundo a Datafolha. Agora, a aprovação de Temer é de 10%, também segundo o Datafolha.
cartacapital.com.br
Tudo isso foi detectado pelo instituto em 7 e 8 de dezembro, antes, portanto, dos efeitos do vazamento da primeira delação premiada da Odebrecht, que atinge Temer em cheio.
A pesquisa Datafolha mostrou que a reprovação de Temer cresceu 20 pontos percentuais entre julho e dezembro, passando de 31% para 51%. A quantidade de pessoas que avalia seu governo como regular caiu de 42% para 34% e a dos que avaliam a administração como boa ou ótima foi de 14% para 10%.
O crescimento da rejeição a Temer coincide com o pessimismo acerca da economia. Para 67% dos brasileiros, o desemprego vai crescer; para 66%, a inflação vai aumentar; para 65%, a economia piorou de maneira geral; e para 59% seu poder de compra vai diminuir.
Diante desse quadro, 40% dos brasileiros acham que o governo de Michel Temer é até agora pior que o de Dilma Rousseff. Outros 34% avaliam que os dois são iguais e apenas 21% acreditam que ele é melhor. Esses dados vão ao encontro de pesquisa CNI/Ibope publicada em outubro, na qual a opção mais popular entre os brasileiros era também a de que Temer é pior que Dilma.
A situação do atual ocupante do Planalto é tão grave que ele aparece agora em primeiro lugar na lista de rejeição entre 14 políticos apresentada pelo Datafolha. O índice de rejeição de Temer é 45%, semelhante ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (44%), e bem maior que os de outros políticos listados, como o do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tem 30%; do chanceler José Serra (PSDB), com 20% e do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com 18%.
O índice que resume a situação de Temer é o dos brasileiros que desejam sua renúncia. São 63% dos entrevistados favoráveis a essa opção, contra 27% contrários (6% são indiferentes e 3% não sabem).
O desejo da renúncia vem acoplado à aspiração para que uma nova eleição presidencialseja realizada. Na pergunta apresentada aos entrevistados, o instituto deixou claro que a renúncia de Temer ainda neste ano levaria à realização de novas eleições diretas: “Uma situação em que poderia haver eleição antecipada para a Presidência no Brasil seria em caso de renúncia de Michel Temer até o final deste ano. Você é a favor ou contra Michel Temer renunciar até o final do ano para a convocação de uma nova eleição direta para a Presidência da República?”, perguntou o Datafolha.
Na hipótese de o cargo ficar vago após o início do terceiro ano de mandato (a partir de 1º de janeiro de 2017), a Constituição prevê que, em vez de eleições diretas, uma eleição indireta seria realizada. Isso significaria que o novo presidente seria escolhido pelos deputados federais e senadores.
Temer e a mudança de discurso
A percepção de Temer a respeito da importância da popularidade para o presidente da República mudou de forma drástica entre setembro de 2015, quando ele era o beneficiário de um eventual impeachment, e outubro de 2016, quando passou a ser o alvo da rejeição nacional.
Em 2015, em meio ao agravamento da crise que Dilma enfrentava, Temer afirmou que seria impossível alguém resistir no cargo com aprovação tão baixa. “Hoje, realmente o índice é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”, afirmou Temer durante debate com empresários em São Paulo.
No último mês de outubro, o discurso era outro. Em entrevista a jornais argentinos, Temer minimizou a impopularidade. “Se chego ao fim do governo com 5% e consigo colocar o país nos trilhos, me dou por satisfeito. Não tenho preocupação com a popularidade”, afirmou ele.
Em 2015, quando Temer proferiu sua análise sobre Dilma, a aprovação da petista era de 8% segundo a Datafolha. Agora, a aprovação de Temer é de 10%, também segundo o Datafolha.
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