Agronegócio de Minas bate recorde de exportações, mas crédito rural recua 16% em 2025

PUBLICIDADE

O agronegócio de Minas Gerais alcançou o recorde histórico de US$ 18,1 bilhões em exportações nos primeiros onze meses de 2025. O desempenho consolida o estado como o terceiro maior exportador agro do Brasil. No entanto, o setor vive um contraste: o valor contratado em crédito rural somou R$ 20,41 bilhões, uma queda de 16% em comparação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).

O agronegócio já representa 43,7% de todas as exportações mineiras. O grande protagonista é o café, responsável por 56,1% do faturamento do setor (US$ 10,15 bilhões). Minas é responsável por mais de 70% de todo o café brasileiro enviado ao exterior. Outros pilares importantes foram a soja (US$ 2,82 bilhões) e o setor sucroalcooleiro (US$ 1,86 bilhão).

O Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento “dentro da porteira”, também cresceu. Estimado em R$ 171,80 bilhões (alta de 15,2%), o índice reflete a valorização de produtos como:

  • Café: R$ 57,52 bilhões
  • Leite: R$ 26,73 bilhões
  • Pecuária de corte: R$ 17,98 bilhões
  • Soja: R$ 17,88 bilhões
  • Cana-de-açúcar: R$ 10,65 bilhões

Crise no crédito e juros altos

Apesar da força nas vendas, o balanço da Faemg acende um alerta sobre o financiamento. A retração de 16% no crédito rural foi influenciada pela alta das taxas de juros, maior rigor em exigências socioambientais e um aumento da inadimplência, que gira em torno de 11%, segundo o Banco Central.

Em Minas, embora o número de contratos tenha subido 4%, o valor médio de cada operação diminuiu, indicando que o produtor está mais cauteloso e os recursos estão mais pulverizados. Para o presidente da Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, o custo do dinheiro é o principal entrave:

“Precisamos baixar essa taxa. O Brasil não comporta esse patamar por tanto tempo. Temos que encontrar uma maneira de baixá-la sem pressionar a inflação. A perspectiva é chegar a 12,5% até o final do próximo ano, o que ainda é altíssimo. Precisamos de taxas de um dígito para o país voltar a crescer sustentavelmente”, afirmou Salvo.

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima