A Justiça do Rio de Janeiro mandou prender preventivamente Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, nesta terça-feira (22). Ele havia sido indiciado por seis crimes.
Nesta segunda-feira (21), agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) realizaram uma operação na casa do rapper, em Joá, na Zona Oeste do RJ, após receberem a informação de que um menor de idade com mandado de busca e apreensão em aberto estava no local.
Segundo a polícia, o rapper e oito amigos tentaram impedir que os agentes cumprissem o mandado e os atacaram com pedras. Uma delas teria ferido um dos agentes.
Já nesta terça-feira (22), a Polícia Civil informou que Oruam seria indiciado. Ele responderá por tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.
“Analisando os autos, verifico que, no presente momento, mais adequado se faz a decretação da prisão preventiva (e não da prisão temporária), conforme sugerido pelo Ministério Público, conforme passo a expor. A prisão preventiva encontra respaldo nos artigos 311 a 313 do Código de Processo Penal e se faz pertinente para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. E os requisitos se fazem presentes, de acordo com os elementos probatórios”, destacou a decisão do Plantão Judiciário.
Operação em casa
O menor que estava na casa de Oruam era um dos principais ladrões de carro do Rio de Janeiro e um dos seguranças de Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe do Comando Vermelho, segundo a polícia.
Após o menor ser levado até a viatura, Oruam e outras pessoas que estavam no local começaram a atacar os policiais.
“O morador da residência e mais oito indivíduos surgiram na varanda, proferiram xingamentos e atacaram os agentes com pedras, vindo a ferir um dos policiais”, diz um trecho da nota da polícia.
Vídeos postados nas próprias redes sociais do rapper, mostram uma caminhonete branca da polícia sendo atacada com pedras.
Dentro casa de Oruam os agentes prenderam em flagrante Pablo Ricardo Paula Silva de Moraes que, segundo a polícia, foi um dos homens que atirou pedras contra a polícia e desacatou os policiais. Segundo a polícia, ele foi autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico.
Oruam se manifestou nas redes sociais
Em um vídeo postado nas redes sociais, Oruam conta que deixou a casa dele e foi para o Complexo da Penha.
“Eu quero ver vocês virem aqui me pegar de dentro do Complexo. Não vai me pegar porque aqui vocês peidam [sic.]. Lá no Joá você vai me envergonhar mesmo a troco de nada. (…) Nós é artista, pô! E eu sou filho do Marcinho seus fdp! [sic.]”, disse.
Além disso, o rapper pediu ajuda nas redes sociais durante a madrugada. “A polícia tá na minha porta querendo me prender me ajuda”, publicou no X. Em seguida, ele postou um vídeo mostrando o delegado Moisés Santana, titular da DRE, dizendo que ele era “c****” e “filho da p***”.
Quem é Oruam?
Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, nasceu em 1º de março de 2001, no Rio de Janeiro. Ele é filho do traficante Marcinho VP, preso desde 1996, sendo um dos chefes do Comando Vermelho (CV) e de Márcia Gama, ele tem quatro irmãos. Em diversos vídeos publicados, Oruam conta, que foi criado na favela Cidade de Deus, na capital fluminense. Seus primeiros registros musicais foram feitos em 2021.
Outra polêmica em que Oruam esteve envolvido foi com as tatuagens que tem pelo corpo. Além do pai, ele também tatuou o rosto do traficante Elias Maluco, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes. Em um vídeo no Instagram ele mostrou as tatuagens.
“Olha o chefe, meu chefe, Marcinho: esse daqui é o meu pai. Esse daqui é o meu tio, Elias Maluco, e esse daqui é o meu primo Raul (filho de Elias)” disse Oruam.