Pesquisadores trabalham em um celular que não usa bateria

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Quem nunca sonhou em ter um celular que não precisa ser recarregado todo dia? Num futuro não muito distante, esse desejo pode se tornar realidade. Pesquisadores da Universidade de Washington conseguiram criar um aparelho que recolhe energia das ondas de rádio existentes no ar. E ele precisa apenas de 3,5 microwatts para funcionar corretamente.
“Nós conseguimos construir aquilo que acreditamos ser o primeiro celular que consome quase nenhuma energia”, disse, ao jornal “Indian Times”, Shyam Gollakota, professor associado ao projeto, da Escola Paul G. Allen de Ciência Computacional e Engenharia da Universidade de Washington.
Gollakota, premiadíssimo e popular na comunidade científica, explicou ainda que, para que o celular funcionasse com um consumo de energia tão baixo que seria capaz de aproveitar as ondas de rádio, foi necessário “repensar o design desses equipamentos”.
A primeira mudança foi radical. Para reduzirem drasticamente o consumo de energia do equipamento, os investigadores trocaram o digital pelo analógico. Isso significa que o celular utiliza as pequenas vibrações detectadas pelo microfone e pelas colunas, quando a pessoas está falando, e a antena ligada a esses componentes converte instantaneamente essas vibrações num sinal de rádio analógico.
O sinal analógico é transmitido para a estação-base e, no lado do receptor, os sinais rádio são detectados pela coluna do celular, que consegue decifrar o sinal em vibrações audíveis.
Por enquanto, não passa de um simples protótipo, que se assemelha mais a um walkie-talkie do que a um celular moderno – é necessário pressionar um botão para alternar entre o modo de envio e de recepção dos sinais. Além disso, ainda falta uma estação-base para que possa funcionar em grande escala, mas a equipe está confiante de que, um dia, o sistema poderá sem implementado nos atuais equipamentos móveis.
De três em três meses. Se, por um lado, celular sem bateria está longe de chegar ao mercado, equipes nas universidades de Michigan e Cornell, nos Estados Unidos, trabalham num material que deverá ser utilizado para criar os processadores móveis do futuro. A novidade é que o multiferróico magnoelétrico consome cem vezes menos energia do que os materiais utilizados hoje. Na prática, segundo os pesquisadores disseram ao jornal “The Independent, vai ser possível eliminar da rotina diária o carregamento do seu smartphone. Será possível carregá-lo apenas de três em três meses. E o melhor: isso já pode chegar à vida real em 2030.
Insustentável. Os equipamentos eletrônicos consomem hoje cerca de 5% de toda a energia global, mas estima-se que, em 2030, estes aparelhos respondam pelo consumo de 40% a 50% do total.

 

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