Onda de calor reforça alerta para risco de desidratação, que obrigou internação de 2,3 mil mineiros
Nada menos que 2.301 pessoas ficaram internadas em unidades de saúde de Minas por desidratação nos primeiros sete meses deste ano. A média é de pelo menos 10 hospitalizações por dia. A maioria dos pacientes é formada por crianças e idosos. Em meio à onda de calor, médicos e autoridades reforçam os cuidados com a saúde.
Do total de pacientes, 1.178 têm mais de 60 anos. Outros 384 são crianças de até 9 anos. O balanço é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Além dessas faixas etárias, o alerta para reforçar a hidratação vale especialmente para o público mais vulnerável, como pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou de circulação, diabéticos e gestantes.
Nesse período, a população deve tomar cuidados com a saúde, priorizando a hidratação do corpo e a umidificação de ambientes, para evitar a desidratação e a incidência maior de doenças respiratórias, além de dores de cabeça, irritações nos olhos, nariz, garganta e pele.
A referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade da SES-MG, Carolina Guimarães, reforça a urgência. “É importante se atentar para a ingestão de água, evitando sua substituição por bebidas adocicadas, como refrigerantes, néctares, sucos artificiais e bebidas alcoólicas”, detalha.
Conforme a especialista, a ingestão insuficiente de água faz com que o corpo apresente sinais que vão bem além da sensação de sede e de boca seca. Dentre eles, urina escura, cansaço, pele ressecada e até prejuízo na função renal.
Em caso de transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia, é fundamental procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa para atendimento.
“Para evitar um possível quadro de desidratação, em geral recomenda-se a ingestão média de dois litros de água por dia. No entanto, essa quantidade pode variar, dependendo da temperatura, atividades que a pessoa realiza e se estará exposta ao sol”, explica Carolina Guimarães.
De acordo com Daniela Dutra, também referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade, outro fator a ser considerado na avaliação da quantidade e da frequência de ingestão diária de líquidos é a faixa etária. No caso dos idosos, por exemplo, recomenda-se uma frequência maior.
“Isso porque, com o avanço da idade, ocorre a redução da sensação de sede, bem como da percepção do calor, além do aumento da perda de líquidos pelo organismo, fazendo com que a desidratação nesse público aconteça de forma mais rápida”, salienta.
Em relação às crianças, é importante que os responsáveis estimulem os filhos a tomarem água já que eles nem sempre sinalizam aos adultos quando sentem sede. “É muito importante se atentar para os primeiros sinais de sede e satisfazer de pronto a necessidade de água indicada pelo nosso organismo”, reforça ela.
Veja outras recomendações:
- Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h;
- Utilizar roupas leves, bonés ou chapéus e protetor solar;
- Deixar as janelas abertas em casa e em veículos sem ar-condicionado;
- Manter ambientes úmidos com toalhas molhadas, umidificadores de ar ou mesmo baldes com água;
- Tomar banhos ligeiramente mornos, evitando a mudança brusca de temperatura.
Aliados para reforçar a hidratação
Daniela explica, ainda, que frutas e verduras contêm grande potencial complementar na hidratação. “Frutas como melancia, melão, acerola, laranja, mexerica e abacaxi possuem alta composição de água, além de vitaminas e minerais. Sucos e picolés feitos do suco natural de frutas também são uma boa alternativa”, orienta.
Ela ainda reforça que é preciso dar preferência a alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, legumes, hortaliças, cereais, leguminosas e carnes magras. “Especialmente nesses dias mais quentes, recomenda-se evitar alimentos e preparações gordurosas e buscar uma alimentação mais leve e saudável”, conclui a técnica.
* Com informações da Agência Minas