Minas lidera desmatamento da Mata Atlântica no Brasil
O monitoramento é feito via satélite pelo Atlas da Mata Atlântica. O objetivo é subsidiar estratégias, ações e políticas públicas de conservação e restauração do bioma.
No total, cinco estados acumulam 91% do desflorestamento. Após Minas aparecem na lista Bahia (5.719 ha), Paraná (2.883 ha), Mato Grosso do Sul (1.115 ha) e Santa Catarina (1.041 ha).
No que se refere aos municípios, 10 concentram 30% do desmatamento total no período. Desses, cinco estão em Minas (São João do Paraíso, Araçuaí, Francisco Sá, Capitão Enéas e Gameleiras), quatro na Bahia e um no Mato Grosso do Sul.
Em todo o país, o estudo identificou perda de 20.075 ha – equivalente a mais de 20 mil campos de futebol – de florestas nativas no período observado.
Segundo o levantamento, esse número representa uma redução de 7% em relação ao detectado em 2020-2021. Como resultado, foram lançados 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.
O estudo aponta ainda que apenas 0,9% das perdas se deram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas, reforçando que as florestas vêm sendo destruídas principalmente para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas.
Atlas Mata Atlântica
O relatório Atlas da Mata Atlântica é uma referência para monitorar o desmatamento do bioma e tem contribuído na identificação das regiões mais críticas. Além do combate à destruição, o estudo busca organizar estratégias para conscientizar a população e políticas para o monitoramento da vegetação natural, e também para a atuação dos órgãos ambientais e Ministérios Públicos dos 17 estados abrangidos pelo bioma.
A mata Atlântica é o único bioma brasileiro protegido por uma lei especial, a Lei da Mata Atlântica. O bioma é lar de quase 70% da população e responde por cerca de 80% da economia do Brasil, além de produzir 50% dos alimentos consumidos no país.
O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que monitora a vegetação nativa do bioma desde 1989.