Filme brasileiro ‘Marte Um’ fica de fora de disputa do Oscar 2023

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou, nesta quarta-feira (21), que o Brasil e seu representante, “Marte Um”, deixaram a disputa por uma indicação na categoria de melhor filme internacional no Oscar de 2023.Filme brasileiro 'Marte Um' fica de fora de disputa do Oscar 2023 | Cinema  | G1

Por outro lado, “O Território”, coprodução entre Estados Unidos, Dinamarca e Brasil, está no páreo em melhor documentário. Já “Sideral”, feito em parceria com a França, está na corrida de melhor curta-metragem.

Como é de praxe, a organização publicou uma pré-lista de filmes que serão levados para apreciação de seus membros e, enfim, indicados ou não às estatuetas. O anúncio final deve ocorrer em 24 de janeiro e a cerimônia, por sua vez, em 12 de março.

“Marte Um” estava entre os 92 longas-metragens enviados por seus países de origem para a consideração da Academia. Desses, apenas 15 entraram na lista preliminar e cinco serão, de fato, indicados. Também são 15 os documentários e curtas pré-selecionados -cinco, novamente, serão nomeados em cada seção.

Dirigido por Gabriel Martins, “Marte Um” tece um retrato sensível do Brasil nos últimos anos, ao acompanhar uma família formada por pai, mãe, filho e filha, em meio a seus sonhos e crises. A câmera captura, como pano de fundo, a eleição de Jair Bolsonaro para presidente, em 2018, e registra ainda particularidades do dia a dia nacional que, ao mesmo tempo, tocam em temas universais.

O longa venceu dois Kikitos no Festival de Gramado e foi exibido em Sundance, San Sebastián e no L.A. Outfest. Acabou preterido pelas escolhas de Argentina, Áustria, Bélgica, Camboja, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Irlanda, México, Marrocos, Paquistão, Polônia, Coreia do Sul e Suécia para o próximo Oscar.

Entre os favoritos estão “Argentina, 1985”, sobre a ditadura do país do título; o belga “Close”, que fala sobre masculinidade e homofobia; o dinamarquês “Holy Spider”, sobre uma jornalista que investiga um serial killer de mulheres no Irã; o sul-coreano “Decisão de Partir”, do premiado Park Chan-wook, e o mexicano “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades”, do também prestigiado Alejandro González Iñárritu.

A última vez em que o Brasil apareceu na lista preliminar de filmes internacionais foi no Oscar de 2008, quando Cao Hamburguer emplacou seu “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” nas prévias, mas não chegou às indicações finais. O último brasileiro indicado foi “Central do Brasil”, em 1999.

“O Território”, dirigido por Alex Pritz, tem um pouco de produção brasileira e retrata a disputa entre povos originários e agricultores na floresta amazônica. Os uru-eu-wau-waus estão no centro da trama, enquanto tentam manter seu lugar físico e simbólico num mundo hostil à sua existência e ao meio ambiente.

Já “Sideral” acompanha, em seus 15 minutos de duração, uma família em Natal, no Rio Grande do Norte, que mora perto de uma base de onde sairá o primeiro foguete brasileiro rumo ao espaço. Dirigido por Carlos Segundo, o filme recebeu menção especial no Festival de Berlim e foi exibido em Cannes.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou ainda pré-listas das categorias de melhor animação, cabelo e maquiagem, trilha sonora, canção original, efeitos especiais, curta-metragem documental e curta-metragem em animação.

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