Casal mineiro consegue autorização para interromper gravidez avançada e garantir vida da mãe
Um casal mineiro enfrenta um drama pessoal, mas o caso pode ajudar e orientar outras famílias que vivem o mesmo drama. Os dois conseguiram na justiça a autorização para interromper uma gravidez avançada, com um feto de cinco meses, mas com riscos de morte da mãe.
Segundo a advogada Raphaella Cardoso, que cuida do caso, o feto em gestação tinha anomalias graves que inviabilizaram a vida após o nascimento e a continuidade da gravidez. “A mãe estava com risco de tromboembolismo comprovado e o feto era portador de inúmeras anomalias graves, todas incompatíveis com a vida intra e extra-uterina, conforme mais de cinco diagnósticos médicos”, destacou.
A decisão foi dada em caráter de úrgência no sábado (12), pelo juiz de plantão na comarca de Belo Horizonte. O processo segue em segredo de justiça. De acordo com Raphaella Cardoso, o caso atendeu as exigências da legislação brasileira. “Acreditamos que é estranho no ano de 2022 a gente ainda ter que endossar que é um direito de salvar a vida da mulher e ter que buscar no Judiciário algo que a própria Lei já autoriza”, avaliou a advogada.
A defensora espera que o caso sirva como exemplo para mulheres, principalmente com menor renda, “que não tem o dever de perecer e serem mártires quando a gestação representar risco à sua saúde física ou mental”, concluiu.