‘Nunca o vi aqui’, diz comerciante amiga dos tios do suspeito de participar da morte de Bárbara
“Nunca imaginamos que aconteceria algo desse tipo por aqui”. Esse é o relato de um casal de comerciantes que tem um bar há mais de duas décadas no Cachoeirinha, região Nordeste de Belo Horizonte. Eles foram os primeiros a serem procurados pela tia do suspeito de matar a jovem Bárbara Victória, de 10 anos. O homem de 50 anos foi encontrado morto nesta quarta-feira (3).
De acordo com a Polícia Civil, “há indícios de suicídio” no corpo do so suspeito, mas a causa da morte ainda não pode ser determinada.
O suspeito chegou a ser interrogado pela Polícia na noite dessa terça-feira (2), mas foi liberado por ausência de provas que corroborassem para a prisão em flagrante. Ele chegou a ser filmado por câmeras de segurança caminhando ao lado de Bárbara após a menina deixar a padaria no último domingo (31).
De acordo com a dona do bar no Cachoeirinha, ela estava com o marido na rotina normal de trabalho quando a tia do suspeito entrou chorando por volta das 14h desta quarta. “Eu estava na cozinha quando escutei um choro do lado de fora. Quando saí, ela estava muito nervosa e pedia a ajuda do meu marido, mas sem contar exatamente o que havia acontecido. Então eu disse que, para ajudar, a gente precisava saber qual era o problema”.
Foi então que a mulher revelou que havia encontrado o sobrinho morto em um dos cômodos e começou a relatar a história. “Ela contou que o sobrinho chegou na noite anterior (terça), que havia feito a barba, pois tinha um compromisso importante hoje (quarta). Porém, o dia começou e nada do homem aparecer para comer. Então, por volta das 13h, ela entrou no cômodo em que o sobrinho estava e o encontrou morto. Foi aí que ela correu para cá e pediu ajuda. A partir daí acionamos a Polícia”, disse a proprietária doe stabelecimento.
Ainda de acordo com ela, “a tia do rapaz estava muito nervosa e dizia estar muito chateada pelo fato de tudo isso ter acontecido na casa dela. Eu também estou muito assustada. Moro aqui há mais de 40 anos e nunca vi nada do tipo. No máximo um assalto ou outro”.
“Ela me chamava de psicóloga”
Segundo a comerciante, a tia do suspeito mora no Cachoeirinha há cerca de cinco anos. “Ela trabalha muito. Apesar de quase não ter tempo, às vezes passava no bar para conversar e desabafar um pouco. Ela costuma brincar que sou a psicóloga dela, pois sou uma boa ouvinte”.
Ela também afirmou que nunca havia visto o sobrinho dela naquela região e que ele não morava com a tia.
Conforme a dona do bar, o tio do suspeito é muito doente. “Ele tem diabetes e sofreu uma queda há algum tempo atrás. Enxerga muito mal e é muito dependente dela. Hoje, quando ela entrou chorando aqui, chegamos a pensar que havia acontecido algo com ele. Depois viemos a saber tudo o que havia acontecido”.