Padrão Fifa? Cruzeiro quer retirada de parte das cadeiras do Mineirão

Durante o Conafut, 1ª Conferência Nacional de Futebol, em São Paulo, o diretor do departamento de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, analisou os reflexos das mudanças provocadas nos estádios brasileiros, o chamado ‘Padrão Fifa’, após a Copa do Mundo de 2014. O dirigente ainda revelou no encontro que o clube vem mantendo conversas com a Minas Arena para retirar de um dos setores do Mineirão as cadeiras, criando assim um setor popular, medida já adotada no Itaquerão e também na Arena do Grêmio.
“Isso aconteceu em São Paulo, no Rio Grande do Sul e deve acontecer também em Belo Horizonte”, comentou o dirigente.
“A gente tem discutido, iniciado uma conversa com o administrador do Mineirão para fazer isso no estádio porque a gente percebe que o torcedor tem um comportamento diferente”, completou Marcone.
O diretor celeste ainda utilizou o exemplo europeu para justificar a viabilidade da iniciativa. “É diferente dos espetáculos que acontecem fora do Brasil. Na Europa, muitos clubes parecem que têm platéia. Na realidade do Brasil, se envolve muito no jogo, participa muito do espetáculo, se sente parte daquilo”, explicou Marcone.
“A modernização dos estádios trouxe uma nova realidade para todos nós, mas acho que o momento agora é de entender o que do ‘padrão Fifa’ serve para a gente e o que de antes vale”, encerrou o dirigente.
Pensamento que também cresce na Europa 
A Europa também convive com dilemas em relação a postura de seus torcedores nos estádios.  No futebol alemão, por exemplo, um setor para que a torcida possa ver os jogos em pé é permitido. O caso mais emblemático é o do Signal Iduna Park. A casa do Borussia Dortmund possui cerca de 25 mil lugares destinados à tradicional Muralha Amarela, local separado para que os torcedores assistam os jogos em pé.
Uma pesquisa feita pelo aplicativo Hattrick, em 2013, mostrou inclusive que 85% dos europeus eram favoráveis a assistir partidas de futebol em pé.
Para entender esta transformação que tomou conta do futebol europeu e foi introduzido no Brasil é preciso analisar a tragédia de Hillsborough, em 1989, quando 96 torcedores do Liverpool morreram esmagados por superlotação em jogo contra o Nottingham Forest, em Sheffield, pela Copa da Inglaterra. Desde então os estádios da 1ª e 2ª divisões inglesas têm cadeiras em todos os setores. Fossas e alambrados também foram retirados da Arena.
Em 2014, para tentar driblar esta medida do governo britânicos, os clubes teriam apresentado uma solução –  o chamado “rail seating”. O local nada mais é que uma espécie de geral, com mais preocupações de segurança.
O setor teria assentos em todos os lugares, a diferença é que eles seriam retráteis para os torcedores poderem torcer em pé caso queriam. Outra medida apresentada para o setor são barras de ferro. Elas seriam instaladas a cada duas fileiras, como acontece na geral da Arena do Grêmio, para evitar que em caso de tumulto as pessoas corram riscos. A medida ainda segue em análise do governo e da Football League.
 

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