PF recupera R$ 4,6 mi de mega-assalto no Paraguai
CIUDAD DEL LESTE, PARAGUAI. A Polícia Federal brasileira recuperou R$ 4,6 milhões do dinheiro roubado de uma empresa de valores em Ciudad del Leste, no Paraguai, na madrugada da última segunda-feira (24).
O valor foi divulgado pela polícia na noite dessa terça-feira (25). Estima-se que a quadrilha tenha roubado R$ 120 milhões da empresa Prosegur – a companhia contestou o valor, dizendo que foram levados R$ 8 milhões. O episódio ficou conhecido com o maior assalto da história do país.
O dinheiro foi recuperado em território brasileiro durante as prisões de dez suspeitos, ocorridas nos últimos dois dias. Parte do dinheiro estava molhado “por causa do orvalho da noite”, segundo um porta-voz da Polícia Federal. Esse fator teria dificultado a contagem das cédulas no banco.
Segundo a Polícia Federal brasileira, sete quilos de explosivos foram apreendidos, além de duas embarcações que seriam usadas para a fuga dos criminosos. Todos os dez presos são brasileiros.
As polícias dos dois países dizem que diferentes rotas de fugas estão sendo usadas pelos criminosos, o que tem dificultado prisões. Um dos detidos, por exemplo, foi preso dentro de um ônibus na cidade paranaense de Cascavel, a cerca de 140 km do local do roubo.
A polícia acredita que esse homem, de 37 anos, seja o comandante do assalto. “Temos evidências de que parte fugiu para o Paraguai”, diz Abel Cañete, comissário da polícia paraguaia.
“Nós ampliamos o perímetro de buscas, mas ainda acreditamos que existam criminosos nessa região. Agora, a dificuldade aumenta porque muitos podem estar sem nenhuma materialidade, ou seja, sem armas ou sem dinheiro”, diz Fabiano Bordignon, delegado da Polícia Federal.
Segundo ele, cerca de 300 policiais militares e cem civis participam da operação para tentar prender suspeitos pelo assalto. Quatro peritos da PF e um papiloscopista trabalham em conjunto com a polícia paraguaia em busca de vestígios biológicos e digitais.
Para a secretaria de Segurança Pública do Paraná, o dinheiro do roubo seria usado para comprar novas armas e drogas para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), suspeita de executar o assalto.
Mansão. Agentes da Polícia Nacional do Paraguai identificaram em Ciudad del Este uma mansão que provavelmente teria sido usada pela quadrilha responsável pelo assalto. A suspeita é de que bando tenha usado a casa como uma base.
PCC
Placas. O ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lescano, disse que “tudo aponta para o PCC”. Ele ressalta que os veículos usados tinham placas do país e os bandidos tinham diálogos fluentes em português.
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