Brasil abre Copa América com boa vitória sobre a Venezuela
A Copa América envolveu tantas críticas e protestos para acontecer em 2021 que o jogo de abertura, na noite deste domingo (12/6), fez até chover em Brasília em uma época do ano que costuma ser plena seca na capital federal. Mesmo diante dos riscos envolvendo a pandemia, o governo brasileiro aceitou sediar a competição rejeitada por Argentina e Colômbia, a menos de um mês do início. Dentro de campo, a Seleção Brasileira não precisou de muito esforço para fazer chover também gols contra uma equipe com sete desfalques diagnosticados com covid-19 e sair com a vitória por 3 x 0.
Com a decisão da Conmebol de retirar o limite de convocações para substituir atletas com covid-19, o técnico José Piseiro chamou mais 15 atletas na véspera da estreia. Sem tempo hábil para contar com os substitutos, porém, o treinador foi ao jogo contra o Brasil com apenas sete reservas. Alguns venezuelanos que moram em Brasília até apareceram fora da arena para mandar boas vibrações.
Mas o clima dos poucos torcedores se contrastavam aos cerca de 40 manifestantes que protestaram contra o presidente Jair Bolsonaro e a decisão de o Brasil sediar a Copa América, que começou no dia em que o país chegou a 487.401 mortes por covid-19. Antes, a própria seleção brasileira manifestou-se contrária à competição em solo brasileiro. Mesmo a contragosto, o Brasil foi para a Copa América com o elenco principal.
O time titular teve o goleiro Alisson, o lateral Renan Lodi e o meia Lucas Paquetá como novidade em relação ao último jogo, na vitórias sobre o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Catar. Contra a Venezuela, os brasileiros dominaram a partida do início ao fim. Marquinhos abriu o placar aos 22 minutos. Após escanteio, a bola sobrou para o zagueiro do PSG, que dominou e finalizou de esquerda para abrir o placar.
No intervalo, os auto-falantes do estádio divulgaram uma publicidade da Sinovac, fabricante que doou 50 mil vacinas contra covid-19 à Conmebol para imunizar clubes e seleções. Na prática, porém, a Copa América é um dos produtos de publicidade mais polêmicos relacionados ao tema. Mesmo após o surto do coronavírus na seleção da Venezuela, o palco da abertura da competição contava com poucos locais disponibilizando álcool em gel.
No segundo tempo, o Brasil manteve o domínio do jogo. Aos 16 minutos, Danilo recebeu na entrada da área, deu uma meia-lua em cima do Pino Mago e, na sequência, foi derrubado por Cumaná. Pênalti convertido por Neymar, que marcou o quinto gol dele no Mané Garrincha e ficou a 10 gols de igualar a artilharia de Pelé, que tem 77 gols com a amarelinha. No fim da partida, o camisa 10 ainda fez linda jogada pela ponta esquerda e levantou na medida para Gabriel Barbosa, de barriga dentro da área, fechar a conta.
Tabelinha de duas revelações do Santos que tomaram gosto em balançar as redes na arena candanga. Gabigol, que entrou aos 35 minutos do segundo tempo, chegou ao sétimo gol dele em 10 jogos disputados no Mané Garrincha e acirrou a disputa por uma vaga no setor ofensivo brasileiro.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3
Alisson, Danilo, Eder Militão, Marquinhos e Renan Lodi (Alex Sandro); Casemiro, Fred (Fabinho) e Lucas Paquetá (Everton Ribeiro); Gabriel Jesus (Vinicius Jr), Neymar e Richarlison (Gabigol). Técnico: Tite
VENEZUELA 0
Graterol, La Mantia, Martínez e Mago; González (Hernández), Moreno, Manzano (Celis), Casseres (Castillo), José Martínez e Cumaná. Aristegueita (Córdova). Técnico: José Peseiro
Gols: Marquinhos, aos 22 minutos do 1T, e Neymar e Gabigol, aos 19 e 45 minutos do 2T
Cartões amarelos: Brasil: Renan Lodi e Gabigol. Venezuela: Manzano e Mago