Vulcão entra em erupção em São Vicente e Granadinas, no Caribe

Vulcão entra em erupção em São Vicente e Granadinas, no Caribe

Um vulcão localizado em São Vicente, no sul do Caribe, entrou em erupção nesta sexta-feira (9). Adormecido havia décadas, a estrutura geológica expeliu nuvens de cinzas por vários quilômetros e forçou a evacuação de milhares de habitantes dos seus arredores.

Conhecido como La Soufrière, o vulcão fica no norte de São Vicente, a principal ilha do arquipélago de São Vicente e Granadinas. A população da ilha principal, de cerca de 95 mil pessoas, convivia há meses com a possibilidade de uma erupção —  o vulcão começou a mostrar sinais de atividade no fim de dezembro.

Na manhã desta sexta, o La Soufrière, finalmente, entrou em um “estado explosivo”, conforme uma publicação da Organização Nacional de Gerenciamento de Emergências nas redes sociais.

ORDEM DE EVACUAÇÃO

A ameaça de uma erupção iminente fez o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, ordenar uma evacuação das áreas próximas ao vulcão na noite de quinta-feira (8).

Navios de cruzeiro foram desviados ao local para ajudar na retirada de moradores. Na manhã desta sexta, cerca de 20 mil pessoas haviam sido removidas da área ao redor do vulcão, de acordo com autoridades.

A Covid-19, porém, pode complicar os esforços de evacuação e a logística dos abrigos devido a possíveis aglomerações. Ilhas vizinhas como Antígua, Santa Lúcia, Granada e Dominica ofereceram ajuda para receber os evacuados, mas Gonsalves disse que só quem foi vacinado poderia embarcar nos navios.

O premiê também recomendou que aqueles que chegarem aos abrigos em São Vicente sejam imunizados. Para reduzir o risco de infeccção entre idosos, parte do grupo de maior risco à doença, o governo quer alocá-los em pequenas hospedarias. “Não queremos que haja um surto de Covid nos abrigos.”

CINZAS CHEGARAM A AEROPORTO

As cinzas do vulcão, de acordo com o órgão, chegaram até ao aeroporto internacional do país, localizado a mais de 19 quilômetros de distância. Além disso, uma nuvem gerada pela erupção se espalhou pelo Oceano Atlântico.

Vídeos publicados em redes sociais mostram ruas de uma cidade no norte da ilha tomadas por cinzas, com o céu encoberto, e pessoas usando máscara enquanto caminham com seus pertences pelo local. Até o momento, não houve relatos de vítimas, bem como não há informações sobre a extensão dos danos.

ERUPÇÃO PODE CONTINUAR POR DIAS

O professor de Geologia da Universidade das Índias Ocidentais, Richard Robertson, disse, nesta sexta, que a é possível que mais explosões ocorram, destacando que “a primeira não é necessariamente a maior explosão”. A erupção pode continuar por dias e até semanas, conforme cientistas.

O arquipélago São Vicente e Granadinas, que tem uma população de pouco mais de 110 mil habitantes, não testemunhava uma atividade vulcânica desde 1979. Na ocasião, o vulcão lançou cinzas a milhares de metros, embora não tenha causado mortes graças à evacuação de residentes para as praias locais.

A maior e mais mortal erupção no arquipélago aconteceu em 1902, tendo deixado cerca de 1.600 vítimas.

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