O Atlético Mineiro finaliza o projeto de sua arena. Para 50 mil pessoas
A história de uma grande equipe pode ser escrita por craques, imortalizada por títulos e passada de geração em geração. Mas nada disso se sustenta sem palcos para o espetáculo. Quando, há exatos 109 anos, um grupo de estudantes resolveu fundar o Clube Atlético Mineiro e transformar um lote vago na rua Guajajaras em um espaço público de promoção esportiva, eles não imaginariam que a semente plantada naquela época alimentaria um sonho gigantesco, de identidade própria e contornos alvinegros.
Em mais um ciclo de vida que se inicia nesta data festiva, o Galo deposita esforços para ter um estádio todo seu e à altura dos tempos modernos. Ao longo de sua vida, o time teve que “pagar aluguel”, mesmo que em alguns casos pudesse reivindicar “usucapião”. Com doações, permutas e favores da prefeitura e do governo, o Atlético trocou de casas algumas vezes. Chegou a ter, na década de 1910, um campo onde hoje é o Minascentro, mas acabou ganhando status desbravador quando conseguiu erguer no Lourdes sua primeira morada. O simpático estádio Antônio Carlos recebeu os jogos por quase 40 anos.
Mas, com cada vez mais aficionados, o Independência, construído para a Copa de 1950, o convidou para uma hospedagem que, logo, se transformou em lar. E só mesmo o advento de um espaço mais robusto para tirá-lo do aconchego. Inaugurado em 1965, o Mineirão casou bem com a grandeza do clube. O Galo passou décadas na Pampulha até que precisou sair para a reforma do Gigante, em 2010. Por causa de atrasos nas obras – o Independência também foi reconstruído em período concomitante –, o alvinegro se viu na condição de retirante e foi tocar a vida na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e em outros estádios por aí. Primeiro a ficar pronto, o novo Independência voltou a ser a casa do Atlético, fundamental para meter medo nos adversários. Já o Mineirão, também novinho em folha, ficou sendo cenário para decisões.
Mas, nesta altura, o Galo já colocava em prática o plano de um estádio só seu. A investida tem sido cautelosa, em busca de parceiros. O Atlético já tem terreno, projeto e o valor da conta. Enquanto elabora as planilhas, o clube vai tocando a parte burocrática. Depois de uma audiência pública com a comunidade, um projeto de lei foi formatado para ser apreciado pela Câmara Municipal.