Uso de testosterona para ativar desejo sexual desperta alerta
LONDRES, REINO UNIDO. Homens e mulheres que vivem reclamando de um cansaço constante encontraram um aliado nas injeções de testosterona, o hormônio masculino. A moda é tamanha que o médico Nick Panay, da Real Associação de Obstetras e Ginecologistas do Reino Unido, defendeu que a substância seja administrada gratuitamente, em mulheres, pela rede de saúde pública.
A testosterona é o hormônio masculino responsável pelo desejo e pelas funções sexuais do homem. E, segundo Panay, se for aplicada em pequenas doses, ela não só ajuda a reativar a energia do corpo, como aumenta o apetite sexual também das mulheres.
Mas a moda desses suplementos surgiu acompanhada de advertências. Para os especialistas, eles devem ser usados somente sob supervisão médica. O uso inadequado das substâncias pode causar infarto, problemas cerebrais, danos no fígado e no sistema endócrino. A principal advertência é que os homens só devem tomar o suplemento se for diagnosticada a baixa produção de hormônio.
“O cansaço constante é sintoma de várias doenças. Um homem pode ter níveis baixos de testosterona, mas pode sentir-se normal. Ou ter um nível normal do hormônio, mas não conseguir sair da cama”, disse o endocrinologista Mark Vanderpump.
Entre as mulheres, além do diagnóstico da deficiência hormonal, é importante saber que as doses devem ser muito menores do que as injetadas nos homens. “Não podemos esquecer que as mulheres produzem os dois hormônios (testosterona e estrógeno) e precisam apenas da aplicação de um adesivo para ajudá-las a superar a queda do desejo sexual, por exemplo”, disse à BBC a médica Channa Jayasena, do Imperial College de Londres.
Indústria. Várias empresas desenvolveram suplementos de testosterona, retirando-a de plantas (que também a produzem) para vendê-las na forma de comprimidos, injeções ou gel.
De acordo com a revista “Pulse”, o uso dos suplementos dobrou nos últimos cinco anos em alguns países da Europa e nos Estados Unidos – tanto por homens quanto por mulheres – como uma saída contra o cansaço e a falta de desejo sexual.
No ano passado, os médicos da rede pública britânica recomendaram 370 mil receitas. “Nas mulheres, por exemplo, o hormônio combate o distúrbio conhecido como transtorno do desejo hipoativo, que afeta 15% delas na menopausa”, explicou Panay. As informações são da BBC.