Operação True-False cumpre mandados em Manhuaçu e Reduto
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional da Zona da Mata, em conjunto com os Gaecos do Espírito Santo e de São Paulo e com as Promotorias de Justiça de Carangola, deflagrou na manhã desta sexta-feira, 16 de abril, a operação “True-False”.
O objetivo da ação é apurar a prática de crimes por uma das principais organizações criminosas de âmbito interestadual, especializada em esquemas relacionados à confecção de certificados de registros de veículos (CRVs) falsos, emplacamentos de veículos inexistentes e emissão de documentos públicos e privados em nome de terceiras pessoas (“laranjas”).
Nesta sexta-feira, 16 de abril, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos municípios de Carangola-MG, Reduto-MG, Manhuaçu-MG, Guaçuí-ES e Campinas-SP. Também foram cumpridos mandados de prisão preventiva nas cidades de Campinas-SP e Guaçuí-ES.
A pessoa apontada como principal líder do grupo foi presa no estado de São Paulo. As ações também culminaram na apreensão de dinheiro, mídias diversas, computadores, celulares e documentos.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso fomentou o “comércio ilícito de CRVs” em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, atuando, inclusive, junto a outras organizações criminosas independentes, com diversas finalidades, entre elas: “esquentar” carros que foram objeto de crimes contra o patrimônio, em especial furtos e roubos; praticar “golpes do seguro”, consistentes na comunicação falsa de delitos às seguradoras para recebimento dos prêmios; praticar os chamados “golpes do financiamento”, em que há a realização de financiamentos de veículos inexistentes; e realizar empréstimos bancários com oferta de garantia lastreada nos documentos fraudados.
Segundo o coordenador do Gaeco Regional da Zona da Mata, promotor de Justiça Breno Costa da Silva Coelho, as recentes provas produzidas no procedimento investigatório indicam que a associação criminosa desvelada em Carangola possui conexão com outras associações e organizações criminosas autônomas, havendo fortes indícios no sentido do envolvimento de despachantes, empresários e agentes públicos que exercem suas funções junto aos Detrans nos esquemas criminosos, sendo usual a utilização de “laranjas” e pessoas jurídicas “fantasmas” para a concretização dos delitos.
Estão sendo apurados os crimes previstos nos artigos 288 (associação criminosa), 317, parágrafo 1º (corrupção passiva), 333 (corrupção ativa), 298 (falsificação de documento particular) e 299 (falsidade ideológica), todos do Código Penal, e no artigo 2º, caput, c.c. parágrafo 4º, inciso II, da Lei nº. 12.850/2013, entre outras infrações penais, como lavagem de dinheiro.
Assessoria de Imprensa do MPMG