Guerra na Ucrânia: veja lista de alimentos e bens que ficarão mais caros
Trigo, milho e derivados devem ficar mais caros
Combustíveis também podem pesar ainda mais no bolso
Petróleo passou dos 100 dólares o barril
A guerra na Ucrânia iniciada após a ofensiva da Rússia nesta quinta-feira abalou as relações geopolíticas e os mercados financeiros. Em razão da economia interconectada, qualquer abalo naquela região pode afetar a cadeia global de alimentos – isso porque os dois países são importantes produtores de cereais e grãos, como milho e trigo. Rússia e Ucrânia são responsáveis por 15% da produção mundial de trigo e exportam 30% do consumido pelo planeta.
Só a Ucrânia vende 17% do milho do mercado mundial. Ou seja, o país atingido é bastante importante nessa cadeia de alimentos.
Com a situação bem tensa naquele ponto do planeta, isso deve acarretar numa subida de preços de alimentos derivados como biscoitos, bolachas, pães etc. No Brasil, a inflação foi de 10% em 2021, pressionada pelos alimentos e combustíveis.
Uma crise mais prolongada afetaria essa cadeia. O Brasil não é autossuficiente em trigo e tem como maiores importadores Argentina e EUA. Como se tratam de produtos negociados em Bolsas, as cotações já subiram, o que pressionará o preço final por aqui.
Ainda na agricultura, Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes e é o principal fornecedor do Brasil. Analistas apontam que os preços podem ficar muito pressionados por causa dos embargos impostos a Moscou depois da invasão.
Apesar disso, na sexta-feira passada, a mídia especializada em grãos estava mais preocupada com a safra de soja e milho de Brasil e Argentina, prejudicada pelo mau tempo. A principal preocupação relacionada ao conflito era a de alta do preço do trigo, de passagem.
Gasolina e derivados mais caros
Outro campo da economia que deve ser pressionado é o da energia. Já nas primeiras horas da confirmação da invasão russa, o barril de petróleo do tipo Brent chegou aos 100 dólares pela primeira vez desde 2014. Por aqui, como a Petrobras tem uma política de preços que segue a flutuação do mercado internacional, devemos ter preços mais salgados na bomba nos próximos dias.
Com isso, derivados do produto (gasolina, gás natural, gás de cozinha e diesel) também aumentariam de preço. Como a gasolina brasileira é composta em 27% de etanol anidro (que também vem registrando aumento de preços), mais um fator para o reajuste, fora o dólar mais caro. Em 2021, a gasolina subiu quase 50%.
A Rússia é um dos grandes produtores de petróleo, e um conflito militar afeta o mercado do produto. Além disso, sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia também podem pressionar o preço da energia, direta e indiretamente.