China manda fechar firmas abertas por norte-coreanos
A China ordenou nesta quinta-feira (28) o fechamento de empresas que têm cidadãos ou entidades da Coreia do Norte como acionistas, ampliando as restrições ao regime de Kim Jong-un vindas de seu principal aliado.
didas com participação de chineses. Estão isentas as entidades sem fins lucrativos ou aquelas que estejam envolvidas com o serviço público.
O prazo coincide com os 120 dias da aprovação das últimas sanções da ONU à ditadura norte-coreana em resposta a seu sexto teste nuclear, em 3 de setembro.
Com a sequência de punições econômicas, os empreendimentos na China viraram uma das principais fontes de moeda estrangeira a Pyongyang. Entre eles estão restaurantes e pequenas fábricas.
O fechamento das empresas foi a terceira medida de Pequim neste mês contra o aliado em cumprimento às sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
As primeiras foram contra o comércio exterior –a China compra 83% dos produtos vendidos pela Coreia do Norte ao mundo. No dia 1º, foram proibidas as importações de carvão, ferro, chumbo e frutos do mar do país vizinho.
Também foram impostas restrições a produtos têxteis. Os três setores representam 77% das exportações de Pyongyang, que, em sua maioria, vão para os chineses.
No dia 23, Pequim anunciou a proibição das importações de gás e a restrição do envio de petróleo refinado a partir de 1º de janeiro –a medida não inclui o óleo bruto, que é a maior fatia de combustível vendida ao vizinho.
Os bancos norte-coreanos também passaram a recusar as transações de alguns clientes norte-coreanos, assim como o governo têm reprovado a concessão de alvarás para novas empresas.
As autoridades chinesas apoiaram as resoluções do Conselho de Segurança contra Kim Jong-un, mas não deseja pressionar o regime tão fortemente com receio de um colapso que traga milhões de refugiados às suas fronteiras.
Os Estados Unidos, que têm pressionado Pequim a ser mais duro com o aliado, comemoraram as novas sanções. “Nós vemos que a política chinesa está mudando”, disse Susan Thornton, subsecretária de Estado para o Extremo Oriente e o Pacífico.
As declarações são feitas um dia antes da chegada do chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, a Pequim. Embora a visita seja para preparar a viagem do presidente Donald Trump à China, a crise com a Coreia do Norte deverá ser um dos assuntos dos próximos dias.
CONFLITO
Apesar da aproximação entre os dois países na questão das sanções econômicas, a China critica o tom bélico usado por Trump e Kim Jong-un, assim como a Rússia.
Nesta quinta, o Ministério da Defesa afirmou que as Forças Armadas chinesas farão todas as preparações necessárias para proteger a soberania nacional, a paz e a estabilidade regional.
Ao ser questionado sobre um possível conflito na península Coreana, o porta-voz da pasta, Wu Qian, reiterou a visão da China de que a questão precisa ser resolvida através de conversas, não com o uso de meios militares, que ele disse não serem uma opção para resolver tensões.
Enquanto Tillerson é recebido na China, embaixadores da Rússia e da Coreia do Note se reunirão em Moscou nesta sexta-feira. O Ministério das Relações Exteriores russo não confirmou qual será o assunto do encontro.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, diz que os americanos não o veem como algo ruim. “Se a Rússia tiver sucesso em fazer com que a Coreia do Norte siga um caminho melhor, seria bem-vindo.”
Os membros do governo, porém, estão pessimistas com a reunião, segundo a agência de notícias Reuters. Com informações da Folhapress.