Natália Hellen é condenada a 20 anos de prisão
MANHUAÇU (MG) – Natália Hellen Pereira, envolvida no caso da morte do vendedor Geraldo Majela de Souza, 53 anos, teve sua sentença decretada no último dia 15 deste mês. O crime que aconteceu em dezembro de 2016, marcou o desaparecimento de Geraldo, que foi encontrado morto depois de dois dias no Bairro Ponte da Aldeia. O corpo foi achado pela Polícia Militar e Natália foi localizada no mesmo dia, após dar entrada com nome falso, em um hotel no Distrito de Realeza com o nome de Naiara.
Informações iniciais davam conta de que Natália devia aluguéis à vítima que teria ido até a casa para receber. Natália teria oferecido um copo de cerveja a Geraldo dentro da casa. Diante da aceitação, ela foi até cozinha e voltou com a bebida, porém, envenenada. O corpo de Geraldo ficou dois dias no imóvel.
Um vizinho, desconfiado da movimentação, acionou a PM que localizou o corpo dentro da residência. No momento da prisão, ela confessou o crime e assumiu o veneno de rato na cerveja e depois o asfixiando com um travesseiro.
Na casa dela, os policiais recolheram um vasilhame de cerveja, um travesseiro, uma sacola com veneno para rato, 315 reais em dinheiro e uma folha de cheque no valor de dois mil reais.
Apesar do encontro do corpo de Geraldo, o veículo em que ele estava não foi encontrado próximo a casa. Mas, o veículo S10 de cor Branca, cabine dupla, placa MRC- 9876, de Manhuaçu, foi localizado, em Vila Velha, no Espírito Santo. Na época, a informação que se tem é de que o veículo foi levado para lá pela própria autora do crime.
Sentença
Na sentença decretada pelo juiz Marco Antônio Silva, com quem não conseguimos contato, fica claro que é incontroverso que o Geraldo Majela de Souza foi encontrado morto na casa da jovem, e que foi pedido ao vizinho que a ajudasse jogar o corpo no rio Manhuaçu. Natália foi condenada a 20 anos de reclusão.
A jovem aguarda em prisão domiciliar pelo fato de ter descoberto poucas semanas depois do crime que estava grávida. Durante toda a espera do julgamento, a jovem permaneceu presa em sua residência, e continua no mesmo regime, devido ao fato de estar amamentando.
Defesa de Natália
O advogado de Natália, Dr. Glauco Murad Macedo, em entrevista, conta que o crime praticado por sua cliente é o de homicídio, que é um crime doloso. Ele citou trata-se de decisão de primeira instância contra a qual ainda cabe recurso.
Dr. Glauco Murad Macedo, “o Ministério Público, que é o acusador, percebendo a alta probabilidade de absolvição de Natália pelo tribunal do júri, optou por denunciá-la pelo crime de latrocínio, usurpando a competência absoluta do Tribunal do Júri. O juízo julgou procedente a denúncia ministerial condenando-a. A defesa, inconformada com esta condenação, recorreu, devolvendo a questão ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para o pronunciamento do órgão colegiado. Tem a defesa a certeza de que o TJMG reformará a referida decisão objurgada e determinará que o juiz natural (Tribunal do Júri da Comarca de Manhuaçu), seja para condená-la, seja para absolve-la, julgue Natália, por ser o único competente para apreciar os crimes dolosos contra a vida e, portanto, por ser uma questão de justiça!”
Já o promotor que atuou no caso, Dr. Renan Cotta Coelho, não foi encontrado para entrevista.
Família de Geraldo
A viúva do vendedor, Silvania Hott se manifestou a respeito do caso, devido ao acompanhamento em relação ao processo. “Para nossa família a condenação foi pouco. Penso que ela merecia muito mais anos do que foi sentenciado. Além de roubá-lo, ela o matou, escondeu o corpo, ainda tentou jogá-lo no rio na tentativa de sair ilesa e usou identidade falsa. Foi um crime gravíssimo que nos desestabilizou. Penso que o juiz e o promotor que atuaram no caso, viram o quão grave foi tudo isso e a condenaram por latrocínio. Penso também que ela ainda não sofreu e nem pagou pelo que fez. Esteve esses seis meses presa em domicílio, devido sua gestação, fez uso de redes sociais, teve benefícios que muitas que cometem crimes não têm, mesmo tendo filhos ou estando grávidas. Agora, ela ainda tem o período de amamentação, e estando torcendo e lutando para que ela vá para a cadeia antes disso. Nós como família, saímos lesados, sofremos com todo o caso, e aguardamos que ela pague de forma justa”.
Com informações do Diário de Manhuaçu