Câmara de Manhuaçu se manifesta contrária a transferência de Padre Júlio

A Câmara de Vereadores de Manhuaçu recebeu durante reunião ordinária, na noite desta quinta-feira, 01/06, uma carta protocolada pela moradora Alta Dias Paes Ristori, solicitando ajuda do Legislativo em relação à transferência de paróquia do Padre Júlio Pessoa Franco que atualmente reside na casa paroquial da Matriz de São Lourenço e será transferido para a paróquia do Bom Pastor.
Ao tomarem conhecimento da situação, os parlamentares se pronunciaram contrários à transferência de Padre Júlio e comentaram a importância dele para o desenvolvimento e progresso do município. Os vereadores citaram que essa medida, depois de avançada idade, não se justifica e que o ideal era que permanecesse na comunidade que viveu por mais de 50 anos. Além disto, eles afirmaram que sabem da boa acolhida no Bom Pastor, no entanto, fazem coro aos fieis que pedem que fique em São Lourenço. A Câmara irá encaminhar um documento assinado por todos os vereadores que será entregue aos responsáveis solicitando a permanência do padre.
No vídeo abaixo, os vereadores comentam a importância do Padre Júlio para Manhuaçu.
Leia na íntegra a carta protocolada na Câmara:
“Manhuaçu, 01 de Junho de 2017.
Aos Excelentíssimos. Senhores Vereadores da Câmara de Vereadores de Manhuaçu.
Nesses últimos dias de maio, uma notícia inesperada tomou conta da cidade: a transferência de Pe. Júlio Pessoa Franco Para a Paróquia do Bom Pastor.
Momento de perplexidade. Esta remoção constrange não só paroquianos de São Lourenço, como às demais comunidades agregadas da paróquia. Estamos sem entender as razões, os motivos que provocaram esta ação por parte do Superior da Congregação dos Sacramentinos.
Assim vimos solicitar a esta Casa, injunções e tomada de esclarecimentos, pois o referido sacerdote é Cidadão Honorário de Manhuaçu.
Sem medir esforços, sempre compenetrado na missão que lhe foi reservada como sacerdote nesta cidade, Pe. Júlio foi além; por iniciativa própria, colocou obras que engrandeceram e enriqueceram a nossa Comunidade; como a Rádio Manhuaçu, o Jornal Tribuna do Leste, a Loja Expansão Cultural, uma Gráfica, sem que nos esqueçamos dos prédios que construiu.
Poderiam dizer Vossas Excelências que, ele não está saindo de Manhuaçu Concordamos. Estamos preocupados pela fragilidade que lhe impõe a idade avançada, sendo retirado da casa onde passou a maior parte de sua vida.
Pe. Júlio, veio para Manhuaçu aos 28 anos de idade. Ele não se limitou ao seu sacerdócio ministerial. Ele desbravou toda a região pertencente ao município, com sol ou chuva, com fome e sede, por certo, a cavalo, andando por trilhas, pois, não havia estradas, e sim, trilhas, naquele tempo. Construiu igrejas, capelas, congregou comunidades que hoje são Distritos e Municípios vizinhos desta Cidade.
Crendo ter colocado com clareza a necessidade de se apoiar, neste momento uma pessoa, cuja vida foi totalmente dedicada para o bem do nosso Município agradecemos desde já, todo o empenho.desta Casa no sentido de reverter esta ação uma vez que. não só o trabalho feito, mas também o amor que ele tem pelo seu “cantinho, que foi conquistado com muito esforço e trabalho, e agora, na velhice, não pode ser retirado do seu “habitat”, como um homem menosprezado pelos os seus e também, nós cidadãos, se ficarmos indiferentes.
Cabe a esta Casa, onde Vossas Excelências zelam pelo bem estar de cada um que reside nesta£idade, tomar aos ombros a incumbência de defender a permanência do Pe. Júlio, onde sempre ele esteve. Não é mais hora de tira-lo de onde sempre morou, praticamente, toda a sua vida, e temos a certeza que, no segredo, o seu coração está estraçalhado de dor e angústia.
Na certeza e confiança da sensibilidade dos homens públicos que integram esta Casa, rogamos o empenho de Vossas Excelências no auxilio e proteção do honorável filho desta terra, que sempre lhe dedicou trabalho e amor”.
Alta Dias Paes Ristori

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