Bolsonaro investe no discurso do bem contra o mal na Marcha para Jesus
Em evento da Marcha para Jesus, neste sábado, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro disse que ao formar os ministérios para o seu governo, “fez o contrário” do que gestões anteriores fizeram em Brasília, mesmo sob pressão. A justificativa para tal atitude, segundo ele, foi a “lealdade” ao povo.
“Não é fácil, um milagre a minha sobrevivência, porque não dizer quase um milagre uma eleição. Depois, também, formar um ministério com pressões as mais variadas possíveis para que Brasília continuasse como sempre esteve ao longo das últimas décadas, fizemos ao contrário. Apostamos porque sempre devi lealdade ao povo que está na minha frente”, declarou para uma multidão de aproximadamente 50 mil participantes, que o ovacionaram com gritos de “mito”.
Esta é a terceira vez que Bolsonaro participa do evento que reúne um público majoritariamente evangélico. Nesta edição, no entanto, o presidente enfrenta uma denúncia de esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC), que culminou na prisão do ex-ministro e pastor, Milton Ribeiro, a quem Bolsonaro avisou sobre a operação da Polícia Federal.
Mais uma vez, Bolsonaro disse que “é difícil” a missão de está à frente da gestão do Brasil. Segundo ele, essa missão não é só material, mas espiritual. “As outras questões nós superaremos [questões relacionadas à economia], são as questões espirituais. É uma luta do bem contra o mal”. Em seu discurso, o chefe do Executivo informou que “tirou da zona de conforto quem queria o mal do país”.
“Eles se uniram, assolaram com a nossa democracia, nos acusam do que eles verdadeiramente são, se julgam os donos da verdade, acham que podem tudo, até mesmo nos escravizar. Sempre digo, para mim é mais fácil estar do outro lado, mas não podemos nos esquecer de uma coisa, todos nós aqui, sem exceção, teremos um ponto final um dia e o currículo que apresentaremos lá em cima é tudo aquilo que fizemos aqui embaixo”, afirmou.
Ao misturar trechos da Bíblia para explicar atitudes que tomou à frente do governo, Bolsonaro mencionou vários temas que diferem a direita da esquerda para exemplificar como são as batalhas entre o bem e o mal.
“Nessa briga para o bem contra o mal nós sabemos o que está na mesa, um lado defende o aborto, o outro é contra. Um lado defende a família, o outro quer cada vez mais desgastar seus valores, um lado é contra a ideologia de gênero, o outro é favorável. Um lado quer que o seu povo se arme, para que se afaste cada vez mais à sombra daqueles que querem roubar a sagrada liberdade. Eu tenho dito, povo armado jamais será escravizado. Vendam as suas capas, comprem espadas, está no livro que chamamos de Bíblia sagrada. Ali, mesmo pra quem não é cristão existem muitos ensinamentos para a nossa vida”, afirmou.
Para ele, ainda, “cada um quer a sua própria Carta Magna” para ditar o que é verdade na Constituição. Bolsonaro acredita que a população sofreu com a falta de liberdade diante da pandemia e com a pressão para que o governo tomasse uma decisão em relação às restrições. Por isso, com sua postura contrária, ele conseguiu demonstrar como funciona a política. “Muitos queriam que a gente tomasse uma decisão, entendo que a minha chegada no Executivo servisse para que o brasileiro, em geral, começasse a entender o que é político e o que representa para nós cada um dos três poderes. Creio que esse momento está praticamente vencido”, pontuou.
Ao lado dele estava a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o empresário, Luciano Hang, o senador Esperidião Amin (PP-SC), os deputados estaduais Osmar Vicentini (PSL), Sargento Lima e Jessé Lopes (ambos do PL), o prefeito da cidade, Fabrício José Satiro de Oliveira (PSB), o prefeito de Itajaí – região próxima a Balneário -,Volnei Morastoni (PMDB), e o ex-secretário especial de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif.