Guarda espanhol resgata bebê no mar; crianças estavam em grupo que tentou migrar para a Espanha
Imagens de bebês sendo resgatados no mar por socorristas foram divulgadas, nesta terça-feira (18), pela Guarda Civil da Espanha. A operação ocorreu enquanto guardas espanhóis tentavam conter o fluxo migratório e enviar de volta a Marrocos milhares de pessoas que tentaram chegar a Ceuta, na Espanha, a nado.
Segundo a Guarda Civil, todas as crianças resgatadas foram entregues às suas famílias. A operação aconteceu no estreito de Gibraltar, região que liga o Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo e separa a África da Europa.
“Guardas civis de #GEAS e #ARS salvam a vida de dezenas de menores que vieram para #Ceuta pelo mar com suas famílias”, postou a Guarda Civil espanhola em sua conta no Twitter.
Crise migratória
A Espanha enviou tropas a Ceuta para patrulhar a fronteira com o Marrocos depois que milhares de imigrantes chegaram nadando ao enclave espanhol no norte da África, em um incidente que o primeiro-ministro Pedro Sánchez classificou como uma crise séria para o país e a Europa.
Soldados em veículos blindados estavam vigiando a praia de Ceuta nesta terça-feira (18). Dezenas de imigrantes que nadavam e caminhavam pela água perto da praia pareciam estar se distanciando das tropas, e centenas de outros possíveis imigrantes se postavam do lado marroquino da cerca que separa o enclave espanhol do Marrocos.
Segundo alguns especialistas, o Marrocos usa a tática de permitir a entrada de imigrantes em Ceuta como um instrumento de pressão sobre a Espanha, que revoltou o governo marroquino no mês passado ao internar o líder rebelde da Frente Polisário, do oeste do Saara, em um hospital espanhol.
“Isto está acontecendo por causa da passividade absoluta das autoridades marroquinas”, disse o líder regional de Ceuta, Juan Jose Vivas, ao canal 24H TV, acrescentando que a situação é caótica e que agora é impossível dizer quantos imigrantes entraram.
“Isto transcende a migração, estamos falando da integridade territorial, da soberania e das fronteiras (da Espanha)”.
Com informações de Belén Carreño, Joan Faus, Cristina Galán e Inti Landauro, da Reuters.