Funerárias criam plano de emergência para suportar alta de mortes de Covid-19
Sob o temor de continuidade do aumento de mortes por Covid-19 no Brasil, as empresas do setor funerário foram orientadas a desenvolver um plano de contingência emergencial. Na sexta-feira, representantes das empresas se reúnem em Belo Horizonte para repassar as orientações necessárias para o que o presidente Associação de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi, classifica como “a beira do apocalipse”.
O plano proposto pela associação é uma reengenharia operacional e logística para garantir que haja desde matéria-prima para a fabricação de caixões até para se evitar enterros em valas comuns causados pelo colapso do sistema funerário.
“Queremos evitar cenas grotescas de congestionamento de carro funerário em porta de cemitério ou enterrar em vala comum”, afirma Panhozzi.
Para isso, faz parte do plano emergencial do setor traçar estudos de capacidade dos cemitérios das cidades e também do suporte de cidades próximas. Isso pode permitir que enterros de vítimas da Covid-19 em Belo Horizonte sejam feitos em Lagoa Santa, por exemplo, em casos de necessidade, explica o presidente da associação.
Sobre o risco de faltar matéria-prima para a fabricação de caixões, ele explica que o setor tem capacidade ainda para aguentar aumento de demanda, mas que há um limite. “Chegamos na porta do apocalipse. O setor aguenta mais, mas vai chegar o momento em que nenhum setor suportará esse demanda crescente, crescente…”, afirma Lourival Panhozzi.
Para isso, a orientação é que o estoque de suprimentos seja o suficiente para suportar três vezes o volume de um mês. Isso porque, com o dólar perto de R$ 6, muitos fornecedores têm procurado o mercado externo.
Ele diz que em reunião em São Paulo com a Defesa Civil a projeção apresentada pelo órgão é de queda nas mortes só entre o fim de abril e início de maio e que a previsão é de mais de 25 mil mortes só no estado mais populoso do Brasil.